Desperdício no País permanece alto, conforme Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, mas Goiás e DF dão exemplo. Gestores goianos são os que mais investem no valor da água, com R$ 4,35 por metro cúbico

O Brasil não tem mesmo jeito. E o pouco de bens que tem, resolve desperdiçar. A crise hidríca que amedronta São Paulo, as ameaças constantes de falta de água na Região Centro-Sul (por conta do baixo índice pluviométrico) e as previsões catastróficas para o futuro não impedem que o País mantenha acelerado o ritmo do desperdício entre o tratamento e a distribuição da água consumida no País.

O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, divulgou ontem relatório que mostra que jogamos fora 37% da água. Se comparado com 2012, o percentual ficou estável – no período, 36,9% da água se perdia.

O SNIS afirma que o desperdício está acima do percentual aceito – que é abaixo de 20%. Vazamentos em adutoras, nos ramais e nos reservatórios das prestadoras de serviço responsáveis pelo abastecimento podem ser as causas pela perda de água.

Por regiões, Norte e Nordeste lideram a maior taxa de desperdício, com 50,8% e 45%, informa a pesquisa. Seguem depois, as regiões Sul (35,1%), Centro-Oeste (33,4%) e Sudeste (33,4%).

Goiás e Distrito Federal estão dentre as unidades que melhor condicionam o uso da água. “Observa-se em 2013 que nenhum Estado conseguiu situar-se na melhor faixa, índice de perda na distribuição menor que 20%, sendo que o Distrito Federal (27,3%) e Goiás (28,8%) enquadraram-se na melhor situação, porém na segunda melhor faixa, entre 20 e 30%”, diz o relatório.

No Centro-Oeste, apenas o Mato Grosso apresenta grande perda de água. Esse quadro negativo se completa com Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima (Região Norte), Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe (Região Nordeste).

GOIÁS

O relatório mostra que a situação privilegiada de Goiás tem um motivo: grandes investimentos. Enquanto o Maranhão apresenta a menor despesa total média com os serviços (R$ 1,30/m³), Goiás é o que mais investe, com R$ 4,35/m³.

“O valor médio do Maranhão, ao situar-se muito abaixo da média da Região Nordeste e do País, indica que as despesas podem não corresponder à real necessidade dos serviços, com prejuízos à sua qualidade. Por outro lado, destaca-se também o elevado valor médio do Estado de Goiás (1,8 vezes maior que a média do País, igual a R$ 2,46/m³)”, diz o relatório, que conclui com a indicação de que é preciso melhorar a gestão e cobrar da população um maior controle de uso. Uma pessoa no Brasil gasta de 50 litros a 200 litros de água por dia.

Custo da Água

Preço da água

Os dados mostram que as tarifas médias dos prestadores regionais e microrregionais apresentam variações próximas da inflação do período, medida pelo IPCA, que é de 5,91% para o ano de 2013.

Goiás investe mais

Enquanto Maranhão investe R$ 1,30/m³, o maior valor encontrado é em Goiás, com R$ 4,35/m³. Os goianos apresentam um valor bem acima do nacional – 1,8 vezes maior que a média do País, igual a R$ 2,46/m³.

Tarifas mais caras

Goiás tem a quarta tarifa mais cara do País, com R$ 3,28. A mais cara do Brasil, em 2013, era a tarifa do Rio Grande do Sul, com R$ 4,18. Amazonas e Distrito Federal aparecem em seguida, com R$ 3,75 e R$ 3,73.

Trabalho

Quantidade de trabalhadores: Goiás tem 6.045, enquanto Estados mais populosos, como Rio de Janeiro, apresenta 17 mil trabalhadores no setor.

População versus produtores

As válvulas de descarga, particularmente as mais antigas, são responsáveis por 40% de toda a água consumida dentro de uma residência. Mas esse consumo é pouco se comparado com os 1.650 litros de água para produzir 1 kg de soja, 1.900 para 1 kg de arroz, 3.500 para 1 kg de aves e 15 mil para 1 kg de carne bovina.

Fonte: http://goo.gl/iHQlLZ

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