Depois de ficar dois meses presa, a cantora gospel Tania Levy, acusada de matar o marido em São Pedro (SP), afirma que viu “a mão de Deus” durante o tempo que ficou na penitenciária.

A  artista de 38 anos contou detalhes sobre o período de detenção, falou da relação com a vítima e da acusação de assassinato, além da dificuldade para retomar a carreira enquanto responde ao processo por homicídio.

O marido de Tania Levy, o guarda municipal Eliel Silveira Levy, morreu em 2013. O corpo dele foi encontrado no porta-malas de um carro incendiado.

Após quase dois anos de investigação, a cantora foi presa no dia 16 de julho deste ano. Ela estava em uma casa no Jardim Ibirapuera, em Piracicaba, também no interior de São Paulo. Segundo a advogada da artista, a polícia trabalha com a hipótese de crime passional.

Habeas corpus

Tania teve habeas corpus concedido pela Justiça na última quinta-feira (17). Pelo menos 20 quilos mais magra após o período na cadeia, ela afirmou que a prisão a fez perder a “ingenuidade” e que se apoiou na religião para superar as dificuldades e a solidão na penitenciária. A cantora afirma que recebeu um “aviso” de que seria solta.

“Foram dias muito difíceis. Eu tive que ficar por dez dias em um local onde a porta era fechada e só meus olhos e minhas mãos podiam ser vistos, mas antes desse tempo acabar, decidiram abrir a porta e eu não precisei mais ficar trancada sem ver ninguém”, afirma.

“Eu vi a mão de Deus, ele me deu um aviso de que eu poderia me apoiar nele mais ainda e que eu seria solta em breve”, disse Tania, que ficou na Cadeia Pública de Santa Bárbara d’ Oeste (SP) e na Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu  (SP).

Traição
A suspeita da polícia de que Tania estaria envolvida na morte do marido surgiu logo depois que o corpo do guarda municipal foi encontrado.

De acordo com Tania e com a advogada Manuela Guedes, que acompanhou a entrevista, a polícia trabalha com a hipótese de que a cantora matou o marido depois de descobrir uma relação extraconjugal.

“A relação existiu sim, meu marido teve um caso com uma mulher, mas eu perdoei, eu entendi as razões dele, eu amava meu marido, eu jamais mataria meu marido por qualquer motivo que seja. Eu não merecia estar sendo acusada. Não entendo por que estão me acusando”, afirmou Tania.

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‘Envolvido com o crime’
Além de dizer que é inocente, a cantora gospel afirma que, meses antes da morte do guarda municipal, descobriu o envolvimento dele com criminosos.

Isso, segundo ela, pode explicar a morte do marido. Tania, no entanto, disse que não poderia dar detalhes sobre quais eram as atividades ilegais do companheiro. “Ele se envolveu com o crime, inclusive já havia sido preso duas vezes. Tinha gente que queria matá-lo. Eu fiquei com medo de ser alvo desses criminosos também”.

“A polícia também tem que trabalhar com essa hipótese. Meu marido tentou esconder esse envolvimento com o crime, mas acabei descobrindo”, afirma a cantora.

‘Acredito naquilo que canto’
Depois de ser libertada da cadeia, Tania Levy retornou a Piracicaba e agora pretende retomar a carreira. Ainda sem saber se vai a julgamento, Tania contou que chegou a ficar com receio de ter que parar de cantar pelo risco de perder a confiança das pessoas no meio evangélico.

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“Eu acredito naquilo que eu canto. Eu louvo a Deus porque foi assim que eu fui criada. Eu sou assim. Nós temos que ser aquilo que a gente prega, assim nós podemos ajudar as pessoas também. Tive medo, mas depois decidi seguir em frente por ter a certeza de que eu sou inocente e de que mais cedo ou mais tarde o culpado vai aparecer”, disse.

Na época da prisão, a Polícia Civil informou que havia chegado até a cantora através de apurações e coleta de provas.

No entanto, Tania contraria a versão da investigação e afirma que não existem provas contra ela. “Eu não deveria ter sido presa porque eu quero ajudar nas investigações. Eu não matei ninguém e vou tentar provar isso”, afirmou a cantora.

 

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