Tímida e com pouca expressividade ao se comunicar. É assim que se definiria a psicóloga Mayara Marina da Silva Medeiros, 23 anos, há sete meses. “Na época, era uma estudante preparando meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e pensava como teria coragem de apresentá-lo,” conta. Contemplada pelo Programa Bolsa Universitária, Mayara revela que a solução para o problema veio de onde menos esperava: na contrapartida do benefício. Ela está entre os 503 universitários que participaram do projeto desenvolvido desde junho do ano passado pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e a Biblioteca Sesi Indústria do Conhecimento.

As instituições oferecem o curso Contador de História e a palestra Didática como Proceder na Profissão que visam despertar a importância da comunicação na vida profissional, o que fará diferença em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. São abordados aspectos como a relevância da expressão na transmissão de uma mensagem ou informação, fator que também contribui para a melhoria dos relacionamentos interpessoais.

Responsável pelo projeto, a psicopedagoga Maria Ângela Chagas explica que no curso, que tem quatro encontros de quatro horas, são utilizadas técnicas que ajudam a desinibir e que revelam o potencial de expressividade sufocado pela ansiedade, timidez e medo da exposição. “Além de divertidos, esses encontros ampliam os limites pessoais dos participantes e melhoram de forma eficaz a sua comunicação com os outros,” frisa.

Sorridente, Mayara, que colou grau em janeiro passado, afirma que colheu o maior dos frutos que poderia imaginar no curso de Contadores de História. “Tirei dez no meu TCC. Eu que nunca tinha tido coragem de falar em público.” Ela revela que a atividade lhe trouxe outra alegria. “Desde 2012,  faço parte do Grupo Arte & Alegria, que visita hospitais, creches e asilos. Eu me visto de palhaço e vou com a turma. Porém, antes do curso, nunca havia conseguido contar uma história durante essas visitas. Hoje, faço isso e ganho como recompensa muitos sorrisos”.

Mayara diz que o curso Contador de História lhe ajudará, muito, com seus futuros pacientes. “Usamos o lúdico e a metáfora para ter acesso ao mundo do outro, que no caso é o nosso paciente. Durante o curso, aprendi como trabalhar de forma correta essas duas ferramentas”.

Ajuda na profissão

Estudante do terceiro período do curso de Direito, Adriana Barbosa Andrade, 33 anos, também fez o curso Contador de História. Ela conta que era muito tímida. “No primeiro dia do curso, conversava com as pessoas mais olhando para o chão do que para elas. Falar em público me causava ansiedade e nervosismo.” Hoje, Adriana afirma que se sente mais segura. Teve a oportunidade de trabalhar técnicas como o trava língua, que a deixaram mais desinibida. “No último dia do curso, temos que montar um personagem, contar uma história para os colegas de sala. Nunca tinha me imaginado fazendo isso, e, consegui”.

Adriana acredita que as técnicas que aprendeu ao fazer a contrapartida serão fundamentais para o seu desenvolvimento profissional. Ela diz que terá uma postura adequada diante de seus clientes e nas audiências. “Quando vemos o nome Contador de História imaginamos que aprenderemos apenas a contar histórias. Só que é bem mais que isso. Aprendemos a ter percepção de espaço, de gestos, de posturas. O curso superou minhas expectativas,” afirma.

Adriana comenta que a atividade também foi uma ótima oportunidade para fazer novas amizades e trocar experiências. “Compartilhamos nossas dificuldades nessa caminhada em busca de um diploma. Continuo em contato com as amizades que fiz aqui. Isso é muito bom,” finaliza.

Contrapartida

A contrapartida pode ser feita em uma das 2 mil e 300 instituições parceiras da OVG, sempre respeitando a carga horária compatível com estudos e trabalho. O programa incentiva os alunos a prestar a contrapartida na área de atuação (que o estudante de licenciatura faça em uma escola, o aluno de enfermagem no hospital, o de Direito no Fórum, etc..). A coordenadora-geral da OVG, Eliana França, ressalta que a contrapartida desperta nos beneficiários do Programa Bolsa Universitária  a cidadania e o compromisso com o bem público.  “É uma oportunidade de mostrarem que estão usando bem o dinheiro público investido. Além disso, eles começam a ver o mundo de uma forma diferente, despertam para o lado da função social,” diz.

* Texto da Assessoria de Comunicação da OVG

Fonte: http://goo.gl/ugjJCO

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