Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado, revelaram que o Brasil tem 11,8 milhões de analfabetos. Portanto, metade da população adulta não tem sequer o nível fundamental. Ao todo, 7% dos brasileiros não sabem ler e nem escrever. Dona Neusa Costa Moreira da Silva, de 59 anos, faz parte desse percentual. Ao longo se sua vida, ela foi privada de desenvolver habilidades de leitura e escrita. No entanto, a frase “nunca é tarde demais” começou a fazer sentido para ela, pois nos últimos meses iniciou uma mudança em sua vida. A senhora procurou o Programa Paraná Alfabetizado com o objetivo de realizar um sonho simples e antigo: ler a Bíblia. Como membro atuante da Igreja Assembleia de Deus, Neusa sempre quis entender as palavras que estão escritas no livro e não somente ouvi-las

Nesse mundo rodeado pelas letras na internet, em jornais ou em simples cartas, a senhora apenas gostaria de conseguir se virar sozinha.  “A gente que não sabe ler e escrever, fica muito dependente das outras pessoas. Chega uma carta, um talão de luz e de água e a gente não entende nada que tem ali. Agora vou ficar firme nos estudos, para poder ler a Bíblia e os cânticos do hinário da igreja”, conta.

Assim como Neusa também existem outras mulheres que estão correndo atrás do ensino perdido.  Junto com ela, mais 14 senhoras vão duas vezes por semana nessa turma do Programa Paraná Alfabetizado. O projeto funciona numa sala de aula cedida pelo Colégio Estadual Professor Darcy José Costa, em Campo Mourão.

Além desse local, uma sala improvisada foi criada em um barracão, situado no Conjunto Residencial Fortunato Perdoncini. No espaço é possível descobrir histórias comoventes e a maioria delas é de mulheres que não estudaram porque tiveram que trabalhar na roça. Naquela época, apenas os homens tinham acesso a educação. Dona Rosa Maria, 62 anos, por exemplo, diz que conseguiu aprender alguma coisa escondida dos pais. “Meu irmão mais velho estudava e me ensinava em casa, tudo escondido”, revelou.

O corpo docente é formado por educadoras qualificadas, que garantem uma mudança na vida das alfabetizandas se elas realmente perseverarem nos estudos. Katiussa Canola é coordenadora regional de Educação de Jovens e Adultos do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão. Segundo ela, a equipe busca mostrar um novo mundo para as senhoras. “Estamos, aqui, para contribuir com essas meninas, e ajudá-las a conhecer o mundo das palavras”, enfatizou Katiussa.

O Paraná Alfabetizado é uma ação do Governo do Estado e coordenado pela Secretaria de Estado da Educação, em parceria com o Programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação. O objetivo é reduzir o índice de analfabetismo em todo o Paraná e estimular os alfabetizando a continuar seus estudos.

Ao todo as turmas duram 8 meses e têm carga horária mínima de 320 horas. A meta de atendimento autorizada pelo Ministério da Educação para a 12ª edição do programa é de 7,5 mil pessoas no Estado e 68 em Campo Mourão. Paraná Alfabetizado estará disponível em 139 municípios paranaenses. Com informações Tribuna do Interior 

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