Os danos do desabamento de um prédio de 24 andares no Centro de São Paulo, na madrugada da última terça-feira, ainda estão sendo analisados. As buscas por sobreviventes e corpos continuam com a ajuda de cães farejadores, mas nenhuma morte foi confirmada.

Imóveis vizinhos ao edifício também sofreram danos, como no caso da Igreja Evangélica Luterana, que foi atingida por escombros. Segundo o pastor Frederico Carlos, o estrago no templo histórico não foi nada pequeno.

“Praticamente sobrou o altar e a torre da igreja. Uma parte da história de São Paulo se foi”, disse o pastor.

O prédio que desabou havia sido invadido por um movimento social e os invasores afirmam que o fogo começou por volta da 1h30 no 5º andar e se espalhou rapidamente pela estrutura.

O templo da Igreja Evangélica Luterana de São Paulo – que fica vizinho ao prédio – data de 1908 e foi o primeiro construído em estilo neogótico na Capital. Os vitrais da Igreja são da mesma oficina do vitralista do Mercadão e do Teatro Municipal. O local também abriga um centenário órgão alemão de tubos.

“Todo o telhado da igreja foi comprometido, o forro de madeira original de 1908, a parede direita com vitrais que foram confeccionados por um dos maiores vitralistas do Brasil. Foram preciosidades artísticas que se perderam. 80% no mínimo do prédio [foi atingido]. Não sei como está o órgão de 1000 tubos, da mesma idade da igreja”, disse o pastor Frederico Carlos, em depoimento ao Bom Dia Brasil.

O pastor contou que estava no local desde os primeiros momentos quando começou o fogo e agora está tendo a dimensão do estrago físico que o desastre pode causar, mas destacou o problema maior agora são as vidas que podem ter sido ceifadas.

“Eu vi aquele prédio cair, mas agora que estou vendo a dimensão do estrago pela televisão. Mas o estrago material, claro que nos preocupamos, mas o maior problema é a vida, são as pessoas. Uma tragédia anunciada, sempre se falava do risco que corria esse prédio”, explicou.

O pastor relatou que tinha contato com o grupo que havia invadido o prédio e contou que o edifício estava ocupado por cerca de 50 famílias.

“Era uma tragédia que estava escrita, uma hora ia acontecer. A situação era bastante crítica, fios expostos, esgoto a céu aberto. […] Muitas crianças, pessoas boas conhecidas da gente”, afirmou.

Frederico Carlos lamentou que a igreja por ele liderada também tenha sido atingida com a tragédia.

Segundo ele informou que o imóvel é patrimônio histórico tombado e há dois anos teve a parte interna reformada. No momento, a igreja estava fazendo o orçamento para a reforma da parte externa.

“Espero que Deus mostre um caminho no meio da tragédia”, afirmou.

Atualmente eles estavam “levantando orçamento para a parte externa”, incluindo a lateral e os fundos da igreja que precisavam de reforma. “Espero que Deus mostre um caminho no meio da tragédia.”

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1

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