O Governo de Goiás conseguiu impedir a transferência do lixo radioativo das usinas nucleares de Angra1 e 2 para o depósito de Abadia de Goiás. Após intensa articulação e campanha do Estado contra a vinda desses detritos, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem) desistiu desta ação. A Cnem anunciou que haverá processo licitatório para a destinação do rejeito, e que os municípios interessados poderão se candidatar para receber as medidas compensatórias que serão ofertadas em edital.

O procurador-Geral do Estado, Ronald Bicca, afirmou que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) está com a ação civil pública pronta que contesta judicialmente a transferência do lixo atômico para Goiás. No entanto, com o recuo da Cnem, essa medida não será mais necessária. “O governador do Estado determinou que não se permitisse de forma alguma a vinda do lixo radioativo para Goiás. A PGE já está com estudos adiantados, com a ação civil pública, na defesa do meio ambiente e da saúde do povo goiano, praticamente pronta. Só estávamos esperando uma medida concreta da Cnem para acioná-la no Judiciário e impedir a vinda desse lixo radioativo”, explica o procurador.

O posicionamento do Governo do Estado sempre foi contrário à transferência desses rejeitos nucleares. “O Estado já sofreu muito com aquele episódio do Césio 137. Nós enterramos todas as consequências dentro do nosso próprio território e não aceitamos que o lixo radioativo de outras unidades federadas que se beneficiarão da energia nuclear seja enterrado no nosso território, colocando em risco o meio ambiente e a saúde do povo de Goiás. Essa é uma medida firme do Governo de Goiás”, argumenta Bicca.

A Cnem nunca se manifestou diretamente ao governo goiano, em documento oficial, sobre a vinda do lixo atômico das usinas Angra 1 e 2, localizadas no Rio de Janeiro, e da terceira unidade que ainda será construída, para o Estado. No entanto, a Comissão fez estudo técnico para a ampliação do depósito de Abadia de Goiás e realizou diversas discussões, inclusive na Câmara dos Deputados, sobre essa possibilidade. O anúncio que os rejeitos devem ser depositados em cidades que participarem de licitação foi feito por um coordenador da Cnem, em entrevista à Agência Brasil. 

Fonte: Goiás Agora

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