O Ministro das Relações Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz, anunciou nesta sexta-feira (8), que as autoridades do país irão expulsar imãs financiados por países estrangeiros e fechar sete mesquitas.

O objetivo do governo, de maioria conservadora, é lutar contra o chamado “islã político”. Um dos motivos é a controversa apresentação numa das principais mesquitas de Viena, onde crianças vestidas como soldados turcos recriaram cenas de uma batalha histórica do Império Turco Otomano.

Juntamente com o fechamento das mesquitas, os austríacos irão mandar de volta a seus países os imãs que sabidamente recebem financiamento exterior, principalmente da Turquia. Eles são acusados de difundir “ideias extremistas” e de doutrinar menores de idade.

“As sociedades paralelas, o islã político e o extremismo não têm lugar na Áustria”, declarou o chanceler Kurz numa conferência de imprensa.

“Na Áustria existe liberdade religiosa”, garantiu o vice-chanceler Heinz-Christian Strache. “Mas é importante que esse princípio não seja utilizado para o doutrinamento político”, destacou.

Outra medida anunciada é a dissolução de um grupo chamado Comunidade Religiosa Árabe, responsável pela administração de seis mesquitas.

O embasamento para essas ações do governo é uma lei de 2015 que, entre outras coisas, impede que comunidades religiosas obtenham financiamento do exterior.

Por sua vez, o ministro do Interior, Herbert Kickl, disse que as autorizações de residência de dezenas de clérigos islâmicos serão revistas. O número de expulsos pode chegar a 60 imãs, todos ligados à Turquia.

As mesquitas fechadas estão em lugares distintos do país, sendo duas na capital Viena, duas na região da Alta Áustria e uma em Caríntia. Todas são acusadas de difundir ideias nacionalistas turcas, embasada em uma leitura fundamentalista dos princípios islâmicos.

A associação que gere as mesquitas na Áustria (ATIB), é formada por cerca de cem mil pessoas. Ela tem laços estreitos com o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

A Áustria tem cerca de meio milhão de cidadãos que professam o islamismo, a maioria de origem turca e bósnia. Eles são cerca de 6% da população de um país onde a maioria ainda é católica. Fonte: Guiame, com informações NY Times

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