No ano em que estaria completando 70 anos de idade, John Lennon voltou a ser assunto em todo o mundo, com homenagens de todos os tipos e, entre elas, o relançamento de todos os seus discos solo devidamente remasterizados na caixa “Signature Box” e na nova coletânea de Greatest Hits “Power to the People”.

Falando essencialmente de uma carreira cheia de altos e baixos, pós-Beatles, onde sua inquietação artística o guiava constantemente a projetos experimentais muito mais ligados à chamada arte conceitual, área da parceira e musa Yoko Ono.

Uma opção que impunha um certo distanciamento ao seu público fiel, mais acostumado às obras mais diretas de seu trabalho com os Beatles.

Mas aquele era um novo momento e um novo John Lennon, que já havia percebido há tempos, que poderia usar a atenção recebida como rockstar para espalhar pelo mundo sua propria ideologia.

Daí a faixa de abertura que dá nome ao disco, “Power to the People” e as emblemáticas e obrigatórias em qualquer coletânea de Lennon que se preze “Imagine” e “Give Peace a Chance”.

Multifacetado, John não é só o artista conceitual e ativista político, mas pode também ser o crítico ácido de “Gimme Some Truth” ou o cronista de seu tempo, com toques autobiográficos na sinceridade desconcertante de “Watching the Wheels” e de “Cold Turkey”; cuja letra descreve seu processo de desintoxicação de heroína.

Não dá para esquecer o lado romântico de homem apaixonado em canções como “(Just Like) Starting Over”, “Woman”, “# 9 Dream” e “Jealous Guy”.

A remasterização e o relançamento de sua obra colocam ao alcance das novas gerações o trabalho de um dos maiores gênios de seu tempo e 30 anos após ele ter nos deixado, em um episódio que só a mais absoluta estupidez humana consegue conceber, mostra-se ainda como uma voz que o mundo deveria ouvir, mais e para sempre.

fonte: eletricidade

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