Apesar de os cristãos terem obtido permissão oficial para a reconstrução de sua igreja – dificilmente concedida pelas autoridades – muçulmanos fundamentalistas locais reuniram-se em uma multidão enfurecida e tentaram impedir o trabalho à força. O departamento de polícia de Samalout foi chamado para uma reunião entre os líderes da igreja e mais de cem muçulmanos da aldeia, que abertamente expressaram sua objeção pela reconstrução da igreja. Os oficiais dialogaram com a multidão enfurecida a fim de persuadi-la pela permissão da construção do templo sem oposição futura. No entanto, seus esforços foram em vão.
Após a reunião ter terminado sem sucesso, os muçulmanos furiosos retornaram para suas casas por volta das onze horas da noite, formando uma pequena agitação, gritando fervorosamente: “O Egito se tornará um Estado islâmico”. Eles também gritavam palavras de ordem hostis contra os cristãos e apedrejaram suas casas ao longo do caminho, trazendo muito medo ao coração de nossos irmãos.
Alguns dias depois, as negociações entre o departamento de polícia e os muçulmanos continuaram até que finalmente chegaram a um acordo. Os fundamentalistas decidiram elaborar uma lista de condições que os cristãos deveriam obedecer a fim de construir sua igreja. As seis condições exigidas foram:
- A igreja pode ser construída em apenas 400 metros quadrados da propriedade total e não é permitida a instalação de nenhum sino ou cruz no edifício, nem qualquer indício que revele que aquele é um templo de igreja.
- A estrutura da igreja deve ter apenas um andar.
- A entrada não poderá ser realizada pela estrada principal, mas pela passagem lateral.
- Os representantes da comunidade muçulmana devem estar presentes quando a fundação de concreto do edifício da igreja for colocada para que eles possam ter certeza de que a base é para o edifício de um andar.
- Se o novo edifício da igreja for derrubado ou queimado por qualquer motivo, ele nunca poderá ser reconstruído novamente.
- As condições acima, uma vez que sejam aceitas pela igreja, devem ser legalmente registradas, de modo que os cristãos nunca poderão negociá-las no futuro.
Este é um cenário comum: a igreja tem permissão legal para construir, mas a inflexibilidade dos muçulmanos radicais em suas aldeias impede que os cristãos deem sequência à obra. Além disso, os cristãos frequentemente enfrentam ataques e assédios por parte de muçulmanos como punição por seu desejo de construir uma igreja.
Fonte: Portas Abertas Internacional