Depois de uma vida inteira defendendo a ideologia comunista e ateísta, uma mulher norte-coreana foi impactada pelo Evangelho na prisão e passou a ter uma vida de liberdade.

Soon Ok Lee é uma das poucas testemunhas que sobreviveu às terríveis condições dentro das prisões políticas da Coreia do Norte. “Eu vi algo coisas tão inimagináveis e terríveis que eu queria deixar o mundo saber”, disse Lee perante o Congresso dos Estados Unidos.

Ela foi falsamente acusada e enviada para a prisão por causa do “orgulho ferido” de seu superior no centro de distribuição de materiais, onde ela trabalhava. “O chefe da sucursal de segurança pediu que fossem feitas duas jaquetas [requeridas pelo governo], enquanto todo mundo recebeu apenas uma. Sem levantar a voz, expliquei a ele que não poderia dar a ele mais do que uma. De repente, ele se virou e cuspiu: ‘Tudo bem, você vai se arrepender disso'”, conta.

Em uma manhã de domingo, algumas semanas depois, Lee foi presa por violar as políticas comerciais do partido comunista e aceitar subornos. “Não fazia o menor sentido para mim”, observa. “Foi um esquema de vingança do chefe do departamento de segurança”.

Sem conseguir se despedir de seu marido — que ela nunca mais veria — ou seu filho, Lee foi levada para um interrogatório. Eles usaram uma série de técnicas de tortura para extrair alguma confissão da jovem.

Certa vez, ela foi colocada dentro de uma fornalha onde tijolos eram assados e, em outra ocasião, foi deixada para congelar ao ar livre durante o inverno. Ela também se lembra de ter sido agredida por um chicote de couro enquanto estava acorrentada a uma cadeira. “Pior do que a dor da tortura era estar totalmente nua na frente de todos aqueles homens”, relata.

Farsas do comunismo

Mesmo sendo uma comunista leal, Lee perdeu sua cidadania norte-coreana e foi expulsa do Partido Comunista. Ela continuou sofrendo terríveis torturas até o momento de seu julgamento público, onde foi condenada a 13 anos de prisão por desviar fundos públicos.

Lee foi criado como ateia, mas começou a se questionar sobre a existência de Deus durante sua experiência na prisão, principalmente quando notava as atitudes dos cristãos que estavam presos.

“Uma vez por mês, os crentes eram colocados no pátio em frente a todos os prisioneiros e forçados a negar sua fé. Como não negavam a fé, recebiam as tarefas mais difíceis, como limpar os banheiros e remover os excrementos humanos”, relata.

Conhecidos na prisão como “supersticiosos”, os cristãos mostravam sentir um amor incondicional. “Em alguns casos, enquanto os crentes eram espancados, eles se começavam a cantar hinos”, ela lembra. “Eles não acusaram falsamente os outros e estavam dispostos a assumir a culpa pelos outros. Eles até morreram por outros prisioneiros”.

Certo dia, os soldados anunciaram a libertação de Soon Ok Lee por sua conduta exemplar na prisão. Enquanto deixava o lugar, ela notou que cerca de 140 cristãos olhavam para ela, implorando com os olhos que ela fosse testemunha do que viu no acampamento. “Seus olhos estavam brilhando com uma luz celestial”, observa. “Eu nunca vou esquecer aqueles olhos suplicantes”.

Vida nova

Quando ela correu para fora dos portões, foi para os braços de seu filho. O marido de Lee também havia sido levado para um campo de trabalho forçado, mas faleceu. “Eu fui a primeira em 30 anos que recebeu o privilégio especial de ser libertada por Kim Il Sung (antigo líder da Coreia do Norte)”.

Lee e seu filho atravessaram um rio na China e fugiram para a Coreia do Sul. A jornada inteira levou quase dois anos. No novo país, ela foi evangelizada por um oficial que a presenteou com uma Bíblia — um livro que ela nunca tinha visto antes.

Ela começou a ler as Escrituras com a intenção de ter uma vida boa, mas foi fortalecendo sua fé e se entregou a Cristo, juntamente com seu filho. “Eu fui curada com o amor de Deus e com Seu conforto. Eu já não tenho sonhos terríveis. Eu estou livre”, celebra Lee.

Seu corpo ainda carrega as marcas das torturas, mas ela continua sendo grata a Deus. “Hoje todas as coisas que eu esperava e sonhei se tornaram realidade. É realmente um milagre”.

 

Fonte: Guiame

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