Os humoristas Gregório Duvivier e Marcelo Adnet manifestaram seu descontentamento com um projeto de lei que pode multar em até R$ 270 mil quem fizer sátiras ou piadas com religião. Segundo os comediantes, a medida, que será votada nesta quarta-feira (19/8) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, é “criminosa e inflige a liberdade de expressão”.

De acordo com O Globo, o texto, apresentado pelo deputado Fábio Silva (PMDB-RJ) veda a “ridicularização” de crença de qualquer religião durante manifestações culturais, sociais ou de gênero no estado do Rio de Janeiro. O político ainda define as ofensas como “encenações pejorativas teatrais e distribuição impressa com charges que ridicularizem religiões”.

Através da plataforma Meu Rio, Duvivier manifestou na última terça (18/8) sua insatisfação com a PL. “Esse projeto de lei é criminoso. É um pesadelo para quem faz humor e vive da liberdade de expressão. Há uma parcela muito pequena da população que se sente ofendida e há uma parcela gigantesca da população que não se sente ofendida e que, mesmo se sentindo, acha que a gente tem o direito de rir, de exercer nossa profissão”, ressaltou.

O escritor ainda chegou a comentar a possibilidade dos limites para o humor, citando questões como a calúnia e a injúria como “limites para a liberdade de expressão”. “Criar um status especial para religião é criminoso. Se for aprovada, o Porta dos Fundos vai ser bastante afetado, porque fazemos muito humor com religião. E hoje em dia a lei está do nosso lado”, conclui.

Outro a se manifestar sobre o caso foi o comediante Marcelo Adnet, que também faz uso da sátira à religião em seu programa — “Tá no Ar”, da Rede Globo. Um dos personagens principais da série, a “Galinha preta pintadinha”, faz alusão ao candomblé.

“Acredito que essa PL vai ser derrubada. Tenho convicção de que ela não passa, porque as pessoas não são loucas de aprovar isso. Mas a simples existência dela é algo muito sórdido e preocupante. Estão querendo normar a sociedade pelas regras de um único grupo. Isso é muito ruim. A política deve ser plural, não deve ser feita para um grupo só”, comentou.

Fonte: portal imprensa

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