Ellen Bogan, de 60 anos, se ofendeu quando o policial questionou a ela se frequenta igreja e se aceitava Jesus como seu salvador.

Ao dar uma advertência sobre uma infração de trânsito, o policial Brian Hamilton aproveitou a oportunidade para falar evangelizar Ellen Bogan, condutora do automóvel. O problema é que a motorista não apenas se ofendeu com isso, como processou o policial do Estado de Indiana, nos Estados Unidos, em agosto (27).

Com o pisca alerta de seu carro de polícia ligado, Hamilton entregou a Bogan um bilhete de advertência. Junto com o bilhete, o policial perguntou: “Tem uma igreja em casa? Quer aceitar Jesus Cristo como seu salvador?”. O policial perguntou a motorista se podia dar algo a ela, foi até seu carro, e entregou à motorista um panfleto da Primeira Igreja Batista em Cambridge City, que pedia ao leitor que “reconheça que é um pecador.”

O panfleto, que foi incluído no processo, também anuncia um programa de rádio de chamado “Policiamento para ministros de Jesus.” O material também descreve “o plano de Deus para a salvação”, uma lista de quatro pontos que aconselha o leitor a “perceber que você é um pecador” e “perceber que o Senhor Jesus Cristo pagou o preço pelos seus pecados.”

“É completamente fora de linha, ele me pegou de surpresa!”, contou Ellen Bogan, de 60 anos, ao jornal The Indianapolis Star. “Eu não percebi nenhum sinal de que poderia me afastar naquele momento, ainda que já estivesse com minha advertência em mãos”, disse Bogan.

“Eu não estou filiada a nenhuma igreja. Eu não vou à igreja”, disse Bogan. “Me senti obrigada a dizer isso, porque eu estava com um policial do Estado de pé na janela do lado do passageiro. Era muito estranho”, contou a motorista.

Bogan entrou com uma ação no tribunal federal contra Hamilton por meio da União de Liberdade Civil Americana da cidade de Indiana. O processo alega que ele violou os direitos da Primeira e Quarta Emenda quando sondou Bogan sobre a sua formação religiosa.

“O mais importante para as pessoas entenderem é que a Primeira Emenda especifica que o governo não deve dar preferência a uma religião em detrimento de outra”, disse Jennifer Drobac, professora de direito que estudou religião e governo, na Universidade de Indiana. “O policial está representando o governo. Então isso significa que, durante a realização de uma ação oficial, ele basicamente ultrapassou sua função para tentar estabelecer uma religião”, explica.

Micah Clark, diretor-executivo da Associação da Família Americana de Indiana, disse que embora este não tenha sido o melhor momento para interrogar alguém sobre sua fé, ele questionou se um policial deve perder o seu direito de liberdade de expressão, somente porque ele está usando um crachá. “Existem pessoas que me entregam material religioso o tempo todo. Mórmons vêm à minha porta o tempo todo, e isso não me ofende”, disse Clark. “Este pode não ser o momento mais persuasivo para falar com alguém sobre a sua fé, mas eu não acho que um policial deva ser proibido de fazer algo assim.”

Fonte: http://goo.gl/Pvkgxp

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