O caminhoneiro Joau Ferreira, ex-motorista do padre Luiz Marques Barbosa, confirmou em seu depoimento todas as acusações dos ex-coroinhas Cícero Flávio Vieira Barbosa e Fabiano Ferreira da Silva sobre os abusos sexuais que teriam sofrido do religioso. Segundo o promotor do caso, Alberto Tenório, “ele disse que via movimentação na casa, que via os coroinhas por lá e confirmou coisas até piores”.

A primeira audiência, em 8 de julho, foi adiada porque Jau, como é conhecido, não havia sido notificado para depor. Primeira testemunha ouvida nesta sexta-feira, ele negou que tivesse conhecimento das acusações quando falou com os jornalistas, mas voltou atrás e confirmou tudo no seu depoimento.

Neste momento, o juiz escuta a quarta testemunha de defesa dos padres. No total, são vinte testemunhas, além da delegada do caso, Bárbara Arraes, que ainda será ouvida, e o interrogatório dos acusados – padres Luiz Marques, Raimundo Gomes e Edílson Duarte.

Segundo o juiz João de Azevedo Lessa, a expectativa para o fim da audiência é 22h, mas o julgamento não deve terminar hoje. “Vamos ouvir todas as testemunhas, interrogar os acusados, mas a defesa pode solicitar diligências, o requerimento de alguma prova, arrolar mais alguma testemunha que seja citada. Fora as alegações dos advogados, que podem ser por escrito”.

Uma diligência foi solicitada pelo Ministério Público: o material utilizado pelo SBT Repórter, na matéria do jornalista Marcelo Cabrini. “Nós já solicitamos o material, estamos aguardando, mas isso não abala os trabalhos da acusação”, explica o promotor Alberto Tenório. “A relação sexual mostrada no vídeo pode ter sido consentida, como alega a defesa, mas isso é reflexo de abusos que os coroinhas sofreram quando ainda eram menores”.

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Os padres acusados não falaram com a imprensa. Eles, que chegaram mais animados e até com uma aparência menos abatida do que na audiência passada, estavam calmos durante o breve momento em que as portas da sala foram abertas aos jornalistas. Apenas Raimundo Gomes aparentava um pouco de preocupação.

Representantes do Vaticano

Os padres investigadores do caso, Daniel Nascimento e Menetti Severiano, chegaram no meio da manhã e acompanharam os depoimentos das testemunhas de defesa. Mais uma vez, eles disseram que não estavam lá para defender os padres.

“O processo canônico já está em andamento, os autos já estão no Tribunal da Congregação para a Doutrina da Fé, e nós estamos aqui apenas para acompanhar o processo civil. Queremos nada mais que ele seja conduzido de forma ágil e apropriada, para que haja a emissão da pena ou do parecer, do mesmo modo que acontecerá no processo na Santa Sé”, disse o padre Daniel.

Ambos são da Diocese de Penedo, a qual pertence a cidade de Arapiraca, e foram nomeados instrutores investigadores do caso através de decreto episcopal.

Fonte: IG

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