O vereador de Goiânia Zander Fábio (Patriota), o ex-presidente da Agência Municipal de Turismo (Agetul), Dário Paiva Neto, o ex-diretor financeiro do Parque Mutirama, Geraldo Magela, e mais seis pessoas foram condenadas na quarta-feira (29) por fraudes na emissão de ingressos do parque.

A sentença da juíza Placidina Pires argumenta que os envolvidos integravam uma organização criminosa destinada a desviar dinheiro público por meio de falsificação dos ingressos e de planilhas contábeis. Os condenados podem recorrer da decisão.

Dos dez arrolados no processo, uma mulher citada foi absolvida por falta de provas e teve pedido de desbloqueio dos bens pessoais.

A investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) apurou o dinheiro movimentado nas bilheterias do Parque Mutirama e do Zoológico de Goiânia, entre 2014 e 2017. O valor que pode ter sido desviado pela organização chega a R$ 2 milhões.

O advogado Tito do Amaral, responsável pela defesa do vereador Zander Fábio e também do ex-presidente da Agetul, Dário Alves, disse que ainda não tomou conhecimento da sentença e que pretende se reunir nesta quinta-feira (30) com a magistrada para tomar conhecimento do teor da decisão.

A defesa de Geraldo Magela Nascimento disse em nota que “não foi intimada do teor da decisão, mas, desde já, qualquer resultado que não seja a absolvição, demandarão recursos cabíveis às instâncias superiores”.

A defesa de Davi Pereira da Costa e Deoclecio Pereira da Costa informou que aguarda a intimação da sentença e vai reunir com seus constituintes. O G1 não conseguiu contato com a defesa de: Larissa Carneiro de Oliveira, Fabiana Narikawa Assunção, Clenilson Fraga da Silva e Leandro Rodrigues Domingos.

A magistrada aponta o vereador como ocupante de cargo de liderança na suposta organização. O parlamentar foi condenado a 12 anos e sete meses em regime inicialmente fechado e multa. A sentença determinou também a suspensão do exercício do mandato parlamentar, bem como o bloqueio dos bens dos dez denunciados, de forma solidária, no valor de R$ 2,1 milhões, com objetivo de ressarcir o patrimônio público.

O ex-presidente da Agetul, Dário Paiva Neto, recebeu condenação de 12 anos e 4 meses em regime fechado e pagamento de multa. Outros réus no processo, ligados à direção da Agetul e do Parque Mutirama, pegaram penas em regime semiaberto.

Desvios

Trecho da sentença narra que os envolvidos “integraram pessoalmente organização criminosa destinada à obtenção de vantagem pecuniária mediante a prática de sucessivos peculatos. desviaram dinheiro público de que tinham a posse em razão do cargo, em proveito próprio e alheio”.

A juíza descreve na decisão que os desvios de dinheiro em razão do cargo eram “em proveito de Zander Fábio Alves da Costa”, mediante falsificação dos ingressos e inserção de declaração falsa em documentos públicos, nos borderôs de prestação de contas do parque.

Os nove condenados vão responder em liberdade para aguardar o pronunciamento do segundo grau, ou seja, decisões que virão após a defesa recorrer da sentença da juíza e o processo estar em transitado em julgado para cumprir a pena.

Operação Multigrana

Uma investigação do Ministério Público de Goiás em 2017 apontou que a suposta organização criminosa desviava até R$ 60 mil por semana dos ingressos falsificados. As investigações apontaram que o grupo atuava há pelo menos quatro gestões municipais.

Ao todo, a ação, batizada de “Multigrana”, cumpriu à época quatro mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e 12 de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo.

Áudios obtidos pela TV Anhanguera em agosto de 2017 mostraram conversas entre os envolvidos sobre quanto cada um tinha conseguido desviar em certos períodos, como semana ou mês.

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MP executou ação contra desvio de dinheiro dos ingressos do parque, em Goiânia — Foto: Bruno Cunha/TV AnhangueraMP executou ação contra desvio de dinheiro dos ingressos do parque, em Goiânia — Foto: Bruno Cunha/TV Anhanguera

MP executou ação contra desvio de dinheiro dos ingressos do parque, em Goiânia — Foto: Bruno Cunha/TV Anhanguera

Fonte: G1

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