Os surdos na África não costumam receber a atenção e o apoio de que precisam. Em alguns contextos, uma criança surda é vista como uma maldição na família e escondida.

No entanto, existem mais pessoas surdas na África do que você imagina. Somente na Nigéria, a população surda de 1,8 milhão de pessoas é maior que a de Phoenix, Arizona, a quinta maior cidade dos EUA.

A maior tragédia para os surdos da África é que nenhum deles tem uma tradução completa da Bíblia em suas linguagens de sinais.

Para apoiar esse grupo, a Sociedade Bíblica de Surdos (DBS, sigla em ingês) faz parceria com igrejas e organizações locais de surdos e os equipa para criar sua própria tradução da Bíblia em língua de sinais.

Essas parcerias já acontecem em vários países africanos. As porções completas da Escritura são distribuídas em cartões micro SD.

A Sociedade Bíblica de Surdos também realiza treinamento de engajamento das Escrituras para levantar líderes surdos locais na comunidade cristã.

Jessica Oldfather, especialista em engajamento bíblico da DBS, explica: “Nós os apresentamos [à] Sociedade Bíblica de Surdos e você aprofunda nas Escrituras. Então nós os treinamos e mostramos como eles podem compartilhar as Escrituras. Temos discussões e garantimos que eles tenham todas as informações certas de que precisam para causar impacto em suas comunidades”.

Mesmo após o término do treinamento de engajamento das Escrituras, a Sociedade Bíblica de Surdos continua a se comunicar para construir relacionamentos com esses jovens líderes surdos, capacitando-os a treinar seus pares.

Parte da equipe de tradução para a Bíblia de língua de sinais da Uganda. (Foto: Reprodução/Deaf Bible Society)

“Às vezes, o que faremos é treinar uma pessoa – nossa meta é ter 10 líderes surdos -, mas depois os treinamos e, dessa forma, eles podem, por sua vez, treinar suas comunidades porque têm esse acesso à comunicação”, explica Jessica.

Jessica diz que ter crentes surdos alcançando sua própria comunidade é a maneira mais eficaz de fazer o ministério de surdos na África. Os surdos têm sua própria cultura, sua própria língua e suas próprias maneiras de se conectar com as Escrituras.

“Às vezes é difícil para as pessoas surdas trabalharem com pessoas que ouvem. É por isso que somos grandes defensores de que os líderes surdos estejam envolvidos no engajamento das Escrituras e investindo em sua comunidade porque conhecem melhor a cultura dos surdos”, explica ela.

A combinação do treinamento de engajamento das Escrituras e o acesso à Palavra de Deus significa que mais pessoas surdas na África estão iniciando relacionamentos com Jesus.

Cristãos surdos

A Sociedade Bíblica de Surdos diz que gosta de ver como os cristãos surdos apaixonados compartilham sua nova fé com outros amigos e familiares surdos.

Jessica compartilha a história de um homem surdo que evangelizava na linguagem de sinais: “Ele tinha um dispositivo e tinha um cartão SD. Essa pessoa tinha ido a um treinamento de engajamento das Escrituras anos atrás. [Outros surdos] reuniram-se em torno dessa pessoa e havia vários deles neste minúsculo aparelho observando as Escrituras”.

“Eles estavam todos tão encorajados e choravam porque puderam entender completamente as Escrituras porque estavam em sua linguagem de coração”, relata.

Segundo a Sociedade Bíblica de Surdos, mesmo nos Estados Unidos, os surdos não têm acesso total às Escrituras na linguagem de sinais. Ela diz que isso significa que os surdos terem acesso às Escrituras em sua linguagem de sinais na África “é muito poderoso”.

COM INFORMAÇÕES DO MNN ONLINE