Funcionários da Elmo Construtora trabalhavam na reconstrução da Maternidade Dona Iris, na Vila Redenção, quando, por volta das 15h30, dia 11, ao furar buraco para um muro, um deles acertou a picareta em um vidro. O vidro quebrou e nele continha feto humano e solução que não o deixa deteriorar. Denúncia anônima, que teria partido dos próprios funcionários, levou a Polícia Militar ao local, que acionou a Polícia Técnico-Científica. Foi realizada perícia que encontrou mais 18 frascos (15 pequenos e 3 grandes) e um saco plástico. Em todos eles havia fetos.No local, a perícia também encontrou seis frascos de soro já amassados. Há uma divergência em relação sobre o que exatamente funcionava no lugar onde os 20 fetos foram encontrados. Pode ter sido uma sala de estudos ou o necrotério da maternidade. Desta forma, as suposições sobre o caso vão de que os corpos estivessem lá desde o fim da maternidade ou se teriam sido enterrados posteriormente. A polícia afirma que pretende investigar todas as hipóteses, desde a possibilidade dos fetos serem legais, destinados a estudos, ou se ocorria aborto ilegal na maternidade. A maior parte dos fetos estavam conservados por formol, mas alguns não tinham qualquer proteção, além de bastante sujos.
A PM isolou a área e aguardou pela chegada do Instituto Médico Legal (IML), para levarem os frascos. De acordo com os técnicos do órgão, possivelmente o material seria levado e analisado na entidade e não se sabia o destino final. No entanto, a expectativa é de que eles não servissem mais para estudantes, dado o acúmulo de terra nos vidros e no saco plástico. Entre os fetos, havia de diversas fases da formação humana. Nos frascos grandes foi possível ver bebês bem formados, já com as mãos e pés. Nos pequenos, estavam aqueles que foram retirados em início de gestação.
O IML e a PM aguardaram a chegada da Polícia Cicil – do 8º DP ou da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH) – até o início da noite de ontem, quando o delegado plantonista do 8º DP, Rosival Reis chegou ao local. Apenas com a liberação dos policiais civis foi possível o transporte dos fetos para o IML. O caso deve ser investigado pelo 8º DP, no Setor Pedro Ludovico, a partir da próxima semana.
A Maternidade Dona Iris era de responsabilidade do governo estadual até 2008, quando foi fechada devido ao desgaste nas instalações. No ano seguinte, foi passada para a administração municipal e em agosto de 2010 começou a ser reconstruída. O projeto foi orçado em R$ 20,6 milhões e a previsão de conclusão da obra, custeada pelo município, era de 12 meses. Em agosto deste ano, a previsão passou para outubro. Mas, até então, não foi reinaugurada. O prédio principal foi erguido, mas ainda há muito a ser feito e a maternidade não deve ser finalizada neste ano.
Fonte: O Hoje