A CPI do Cachoeira vai acompanhar as investigações sobre a morte do policial federal Wilton Tapajós Macedo, assassinado terça-feira no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Nesta quarta-feira, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que designou policiais federias que estão a serviço da comissão para acompanhar o caso.

Vital do Rêgo não descartou a possibilidade de a morte do policial federal entrar na pauta de investigação da CPI.

— É um caso da polícia inicialmente, mas já acionei os policiais federais que estão à disposição da CPI. Eles vão acompanhar os procedimentos de investigação e vão, diuturnamente, prestar esclarecimentos à esta presidência — disse Vital.

Segundo ele, caso as investigações apontem que a morte tem ligação com o esquema montado pelo empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira — preso em Brasília —, a CPI tomará as atitudes necessárias.

— De acordo com o desenrolar dos fatos, esta presidência vai tomar as atitudes. Se houver ligação com o foco da CPI, vamos tomar as atitudes necessárias — afirmou Vital.

Wilton Tapajós atuou na Operação Monte Carlo que investigou um esquema de jogos ilegais em Goiás, comandado por Cachoeira. O agente da Polícia Federal foi morto com dois tiros na cabeça, quando visitada o túmulo dos pais. A Polícia Civil fez uma perícia no local esta manhã e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pediu rigor nas investigações.

O assassinato

O agente da Polícia Federal  trabalhou nas investigações da operação Monte Carlo e  foi assassinado na tarde de terça-feira no cemitério Campo de Esperança, em Brasília. Wilton Tapajós Macedo, o “agente Tapajós” levou dois tiros na cabeça e morreu na hora. A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal investigam o assassinato. A operação Monte Carlo revelou as atividades do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Uma das linhas de investigação considera que Tapajós tenha marcado um encontro com um informante dentro do cemitério. Os assassinos fugiram no carro de Wilton, um Volkswagen Gol. Um coveiro presenciou o crime e avisou a polícia. Até o início da noite de terça-feira, peritos da PF estavam no local.

Wilton foi encontrado próximo ao túmulo de seus pais. Os policiais que investigam o caso não sabem ainda se ele estava visitando o túmulo ou se foi morto em uma emboscada, ao ter marcado o encontro nesse local. A diretoria geral da PF ainda não se posicionou sobre o caso e não informou se há alguma ligação com as atividades da operação Monte Carlo.

Wilton tinha 54 anos, 24 anos na Polícia Federal, onde trabalhava no núcleo de inteligência. Atuou na CPI da pedofilia e também em investigações sobre tráfico de drogas. Deixa três filhos e esposa.

Pessoas ligadas à Monte Carlo já foram alvo de ameaças. O juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que comandava o inquérito da operação na 11ª Vara de Justiça Federal de Goiás, deixou o comando do inquérito em junho, depois de comunicar ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que sua família estava correndo risco e sofrendo ameaças veladas. A procuradora da República Léa Batista de Souza, que também atuou na Monte Carlo, igualmente recebeu ameaças.

Fonte: Zero Hora

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