O que o país viu nela? Essa é a pergunta que pode intrigar os especialistas em política diante da quase que absoluta aprovação de Dilma perante a população brasileira. Nas comemorações do descobrimento do Brasil, o eleitor parece ter descoberto a satisfação de ter feito uma escolha correta  nas urnas e de ter garantido com o voto a perseverança num ritmo de crescimento e progresso econômico e também político e democrático.

 Vamos aos números. Apenas 4% dos entrevistados disseram que a gestão de Dilma é ruim ou péssima, e sabemos que entre os insatisfeitos há os embirrados por paixão aos adversários políticos da presidenta, bem como aqueles que simplesmente não aprovam nada mesmo. O feito de Dilma é inédito na política brasileira. Nem o carismático antecessor conseguiu em um pouco mais de um ano de governo arrebatar a opinião pública dessa forma.

 A consolidação da aprovação de Dilma tem sido paulatina, mês a mês e repercutindo as ações a frente do país e vem saltando a cada pesquisa, no início confirmando as expectativas da urnas, agora, sobrepondo-se. Ora, Dilma não teve 93% dos votos, o que significa que sua gestão fez muitos brasileiros mudarem de opinião acerca de sua competência e intenções.

 Não vamos dizer que, como os tucanos fizeram com Lula, que Dilma não enfrentou dificuldades. A presidenta está a frente do país num momento delicado, tanto na esfera econômica, quanto na condução das discussões políticas internas. Como uma líder inteligente e atenta, Dilma tem sabido orientar a nação em meio às crises e tem se saído fortalecida graças a um posicionamento firme, coerente e convincente. As crises não abalam o ritmo do governo, antes oferecem oportunidades para que a presidenta demonstre suas habilidades em enfrentá-las.

 O brasileiro culturalmente espera que seu presidente seja forte e que saiba defender os interesses do país lá fora. Dilma tem obtido vitórias neste quesito em especial. Respeitada em cada discurso corajoso, apontando as mazelas dos países europeus que precisam cumprir metas econômicas com a mesma disciplina seguida pelo Brasil, Dilma valoriza as conquistas históricas que tivemos e demarca nossa importância no mundo. Suas atitudes ousadas e sólidas na política externa resultaram em um momento ímpar para a auto-estima do brasileiro. Não é por acaso que até os Estados Unidos se conscientizaram de que devem mais atenção e melhores serviços para os brasileiros que investem no turismo na terra do Tio Sam. Isso certamente não é apenas um interesse em transformar real em dólar, isso é o entendimento de valorização da nação brasileira que começa com o reconhecimento de um governo forte.

 A pesquisa da Datafolha também revelou que a aprovação da presidenta não é construída sobre a paparicação das classes menos favorecidas. Não foi com programas sociais apenas que Dilma conseguiu o marco de ser unanimidade nacional. Ela tem o mérito de ter afugentado o dragão da inflação que fazia rumores de ter despertado novamente. O que poria medo em qualquer um, Dilma e sua equipe de governo enfrentaram com inteligência e medidas simples, cortando juros e equilibrando o fôlego com o anseio de consumo. A atitude de baratear as taxas de juros dos bancos públicos, criando uma concorrência no mercado, golpeando um sistema colossal que se nutria pelo alinhamento de valores foi uma cartada de mestre e que certamente ajuda a conquistar mais admiradores e entusiastas de um governo com uma agenda tão positiva e oportuna.

 Muito curioso, no entanto é o fato da maioria dos entrevistados, apesar da aprovação declarada de Dilma, desejarem a volta de Lula como candidato em 2014. A meu ver, isso revela a simbiose que existe entre as imagens dos dois para os brasileiros. O fato dos cidadãos quererem a volta de Lula não deixa de ser motivado pela gratidão e pelo reconhecimento de que foi no governo dele que várias lutas iniciadas em outros perídos chegaram ao desfecho favorável. Já disse nesta coluna e repito: Lula tornou-se um mito. Sua figura não se dissociará jamais desse momento novo que o Brasil festeja.  E boa parte da gratidão que o brasileiro sente por Lula deve-se a ter conhecido Dilma por seu intermédio. Entre todas as realizações do governo de Lula, a revelação da gestora competente que seria a primeira mulher a comandar a nação também merece destaque.

 O sucesso da atual presidenta se deve e muito ao compromisso firmado de honrar e superar o antecessor. Dilma tem governado para todos e de uma forma a complementar o que foi semeado por Lula. Se nos dois mandatos dele criou-se uma base social para alavancar o crescimento brasileiro e o desenvolvimento social, agora Dilma tem dedicado suas forças a dar ritmo a este crescimento bem como consolidar e ampliar todas essas conquistas.

 Estou certo que a presidenta ainda prosperará e muito em seus intentos e estimo que sua aprovação tende a ser ainda mais pronunciada. E é bobagem torcer contra.

 César Augusto Machado de Sousa é Apóstolo, Escritor, Radialista. Escreve todas as terças-feiras para o DM. E-mail apostolo@fontedavida.com.br

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