Esta quarta-feira será um grande dia para a Apple, caso se confirmem os palpites que circulam blogs e sites de tecnologia nos últimos dias. Além de um iPhone redesenhado, com tela maior e conexão 4G, a aposta de muitos é de que a empresa apresente uma nova linha de iPods, um iMac com novo design e maior capacidade de processamento e um notebook Macbook Pro de 13 polegada com a chamada Retina Display, que permite imagens mais definidas. Há quem aguarde ainda uma versão menor do iPad, apesar de esse rumor ter esfriado nesta semana.
A expectativa maior – alimentada pela indicação do número 5 no convite do evento de 12 de setembro – está para o iPhone, produto de maior sucesso da empresa que liderou a revolução no mercado de telefones celulares. O aparelho, que estreou em 2007, foi o primeiro a explorar de fato as possibilidades da tela, eliminando a necessidade de um teclado físico. Nesses últimos cinco anos, ele evoluiu cinco gerações: iPhone, iPhone 3G, iPhone 3GS, iPhone 4 e iPhone 4S.
A ansiedade esteve presente em torno de todos esses lançamentos. A imprensa, com seus rumores e vazamentos de fotos de protótipos, contribuiu para isso. Quando o iPhone 4S foi lançado, além da ausência de Steve Jobs, que faleceu no dia seguinte, a pouca mudança foi encarada como uma decepção naquele dia, em geral. As ações da companhia chegaram a cair 0,56% e hashtags como #iPhone4Sfail se multiplicara no Twitter.
Mas, como de costume, filas se formaram ao redor do mundo para comprar o aparelho que carrega consigo a Siri, uma assistente de voz que responde com astúcia a perguntas variadas. A recepção do mercado se provou boa. Mais de 4 milhões de unidades foram vendidas nos três primeiros dias.
Agora, tudo indica que o novo iPhone também não será tão diferente de seu antecessor. E o público parece estar preparado para isso. Como citou o site de tecnologia Slate, a Apple “quer que nos acostumemos com o iPhone, que não será mais uma novidade tão grande”.
Mercado
Com os lançamentos de hoje, a Apple reforçará sua ofensiva contra empresas que também estão se destacando no mercado de dispositivos móveis. O Google, a quem Steve Jobs quis declarar uma “guerra termonuclear“, é um dos principais competidores. O líder em buscas online é o dono do Android, sistema operacional presente em smartphones e tablets de várias marcas que tem 480 milhões de usuários no mundo, conforme dito pelo presidente do conselho da companhia, Eric Shmidt, em um evento da Motorola em setembro.
No ranking da venda de aparelhos segundo os sistemas operacionais móveis, o iOS ficou com 18,8% do mercado no segundo trimestre deste ano, atrás do Android, cuja participação foi de 64,1%, de acordo com a empresa de pesquisa Gartner. O Symbian, da Nokia, e o Blackberry apareceram na sequência.
Comparado com o primeiro trimestre de 2012, a venda de iPhones recuou 12,6% no segundo trimestre. Mas analistas veem a queda como um indício de que os consumidores estão na espera do novo aparelho.
Isso mexe também com o mercado financeiro. Reportagem publicada hoje no jornal USA Today analisa o movimento de compra e venda de ações da Apple antes e depois dos anúncios de produtos. Na véspera do lançamento do iPhone 4, por exemplo, os papéis estavam em alta de cerca de 20%, estimulados pelos rumores. Um mês depois, a ações estavam em queda de 3%.
O comportamento dos papéis, segundo o USA Today, vai depender da leitura que os investidores fizerem do iPhone e do iPad diante de uma gama variada de produtos da Samsung, do Google (com seus Androids) e da Amazon, que lançou na semana passada novas versões de seu tablet Kindle Fire e do e-reader. Será a hora de avaliar se os rumores vão interferir positivamente ou negativamente no desempenho dos papéis. Depois do fechamento do mercado na terça-feira, as ações da Apple acumulavam alta de 63,11% no ano.
Fonte: Estadão