Um dia após a divulgação de nova alta na estatística de homicídios em São Paulo, o governo paulista trocou nesta quarta-feira (26) o comando da Rota, tropa de elite da Polícia Militar. O tenente-coronel Nivaldo César Restivo assumirá o lugar de Salvador Madia, que ocupava o posto desde novembro e será destacado para o 4º Batalhão do Choque.

Homem de confiança do secretário Antonio Ferreira Pinto (Segurança Pública), Madia é um dos réus do chamado “massacre do Carandiru”, que resultou em 111 mortes de presos em 92. Ele substituiu Paulo Telhada, hoje candidato a vereador pelo PSDB. Nos primeiros cinco meses do ano, levantamento da Folha mostrou que o grupo comandado por Madiaaumentou em 45% sua letalidade em relação ao mesmo período de 2011.

No episódio mais polêmico, no último dia 12, confronto entre policiais da Rota e supostos integrantes da facção criminosa PCC resultou em nove mortes numa chácara da cidade de Várzea Paulista.

À ocasião, Geraldo Alckmin defendeu a ação da PM: “Quem não reagiu está vivo”, declarou o governador ao ser questionado por jornalistas a respeito da operação.

Em nota, a SSP (Secetaria de Segurança Pública) informou que a troca no comando da Rota faz parte de mudanças rotineiras da PM e não tem relação com o aumento nos índices de criminalidade no Estado.

A SSP disse ainda que a decisão foi tomada em agosto, mas só foi publicada hoje no “Diário Oficial”.

HOMICÍDIOS

Dados da Secretaria da Segurança divulgados ontem mostraram que o número de casos de homicídios dolosos (intencionais) subiu no Estado.

No mês passado foram registrados 391 homicídios dolosos no Estado, com 417 vítimas –em uma ocorrência pode haver mais de uma pessoa morta. Em todo o ano, foram 2.924 registros, com 3.109 vítimas.

O aumento no Estado foi de 8,6% em comparação com agosto de 2011 e de 6,3% se analisado o acumulado nos oito primeiros meses do ano.

Na cidade de São Paulo, o crescimento foi maior: 15,2 % em agosto e 15,4% no acumulado do ano.

TRAJETÓRIA

Novo comandante, Nivaldo Restivo está desde 1982 na corporação, com passagens pelo COE (Comando de Operações Espeiciais) e pela assessoria policial militar da Secretaria de Segurança Publica. Até a mudança, dirigia o 4º Batalhão do Choque, destino do ex-titular da Rota.

Fonte: Folha

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