General John Allen e Jill Kelley, ambos envolvidos no escândalo que levou à renúncia do ex-diretor da CIA.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, suspendeu nesta terça-feira a nomeação do general John Allen para o comando geral da Otan. Chefe das forças ocidentais no Afeganistão, ele é acusado de envolvimento no escândalo que levou à renúncia do ex-diretor da CIA David Petraeus.

Allen seria promovido na quinta (15) a chefe militar da entidade. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Tommy Vietor, o general continuará atuando no comando das tropas americanas no Afeganistão.

Ele disse também que Obama “segue apoiando totalmente nossas tropas e as dos nossos aliados no Afeganistão, onde Allen segue comandando, como tem feito de maneira tão boa durante mais de um ano”. No último mês, o governo indicou o general Joseph Dunford para substituir Allen, mas a troca depende de aprovação do Senado.

A suspensão da nomeação de Allen acontece horas depois de o secretário de Defesa, Leon Panetta, pedir medidas contra o chefe das tropas no Afeganistão.

Ele está sob investigação do FBI (polícia federal americana) por “comunicação inapropriada” com Jill Kelley, uma das envolvidas no escândalo que levou à renúncia de Petraeus.

De acordo com Panetta, há entre 20 mil e 30 mil páginas de documentos ligando Allen a Kelley, a maior parte composta por e-mails trocados entre os dois. Panetta fez um apelo para que o Senado vote com urgência a indicação de Dunford para o lugar de Allen.

O secretário acredita que é grande a possibilidade de envolvimento de Allen no caso. O chefe das tropas sucedeu Petraeus, que esteve no cargo entre 2008 e 2010.

ENTENDA O CASO

Jill Kelley e o então general David Petraeus trabalharam juntos durante anos na base militar MacDill, em Tampa, na Flórida. Ela era voluntária e ele, o comandante geral da base.

Recentemente, Kelley recebeu diversos e-mails anônimos ameaçadores, que diziam que ela deveria se afastar de Petraeus, embora não se saiba se os dois tiveram algum envolvimento romântico. Amedrontada, Kelley pediu ao FBI que investigasse a autoria dos e-mails.

Eventualmente, o FBI descobriu que quem estava por trás das mensagens era a biógrafa enciumada do ex-general Petraeus, Paula Broadwell. Essa investigação levou à conclusão de que Broadwell e Petraeus tiveram um caso, embora ele fosse casado. Broadwell via em Kelley uma rival pelo afeto de Petraeus e, por isso, escreveu os e-mails com ameaças.

O adultério é considerado crime militar nos EUA. No caso da CIA, a questão é vista como perigo para a segurança nacional, já que torna o adúltero um alvo fácil para chantagens.

Na última sexta-feira, após descobrir que o FBI o investigava, Petraeus, que chefiava a CIA há pouco mais de um ano, depois de ser aposentar do Exército, renunciou ao cargo.

Ainda não está claro o grau de envolvimento dos e-mails trocados entre o general John Allen e Jill Kelley com o caso. Allen e Petraeus foram os dois generais de maior destaque do Exército americano nos últimos anos.

Fonte: Folha

Deixe seu Comentário

All fields marked with an asterisk (*) are required