O Natal se aproxima e com ele a  temporada da multiplicação dos desejos e votos. Queremos tanta coisa, almejamos tanto para nós, para a nossa família, para os amigos próximos e fazemos desejos amplos para o país, para a sociedade em geral.

 Vivemos dias de avanços em todas as áreas. Progredimos e ninguém pode negar essa verdade, no entanto, o progresso e o avanço tornam ainda mais visíveis as lacunas que precisam ser preenchidas.

 Neste natal, os votos para que tenhamos dias de paz no futuro não serão formalidade. Há um anseio vívido da sociedade por uma reviravolta, para que a violência recue. No geral, queremos andar com mais segurança nas ruas, queremos policiamento presente, queremos redução dos índices de criminalidade. Queremos sair de casa tranquilos, sem temer o trajeto para o trabalho, sem temer a volta pra casa. Queremos acalmar o pensamento enquanto nossos queridos estão ausentes porque nos últimos anos temos aprendido que todos estão em risco sempre. Neste ano, muitos goianos morreram por nada, perderam a vida ao sair do banco, foram alvejados por bandidos ávidos por lucro fácil e certo. Outros, foram punidos por terem o ímpeto de defesa do próprio patrimônio, naquele reflexo quase que automático de proteger a propriedade, sem tempo pra pensar o que estaria realmente em jogo. Quantos brasileiros foram mortos porque esboçaram um gesto que foi entendido como reação e que pode ter sido apenas um aceno de perplexidade? Chegamos ao ponto no Brasil de que temos que estar preparado para a abordagem do criminoso  e não queremos mais isto, merecemos alívio, merecemos superar a insegurança.

 No anseio de paz, incluímos a vontade pela pacificação mais abrangente. É preciso ter paz nas escolas, com crianças educadas para respeitar o colega e não praticar bulling ou abusos. É preciso ter paz nas relações domésticas, com maridos que tenham nas esposas companheiras dignas e não objetos que possam ser descartados, moídos, vilipendiados. É preciso colaborar para a paz no trânsito com motoristas mais conscientes e consequentes, obedientes às regras, valorizando à vida.

 O brasileiro também quer se orgulhar de seu país, quer ter uma imagem diferente lá fora e por isso pede um Natal sem corrupção, mesmo entendendo que esse é um presente que precisa ser recebido ao longo de um futuro extenso. O Brasil tem se mobilizado, o povo tem se manifestado com discursos cada vez mais enfáticos de que é preciso moralizar a política e o trato com a coisa pública.  E, à medida em que o povo é ouvido, em que a vontade popular ganha peso e passa a ser considerada mais exigente se torna e menos tolerante. Este, todavia, é um processo, dependente do tempo e das pequenas conquistas.

Neste ano, a corrupção foi duramente combatida no governo federal. A crítica ao errado derrubou nada menos que 7 Ministros do Governo Dilma. Sete, em um ano. Esta marca é histórica e histórico também é o posicionamento do brasileiro de vibrar com a faxina administrativa. Quem
foi envolvido em denúncia de corrupção ou tráfico de influência não se segurou no cargo, não foi acobertado nem poupado. É bom que, o exemplo aplicado nas altas esferas contagie as esferas inferiores e ajude a mudar o comportamento padrão da nação. Querer um Natal sem corrupção é também entender e reconhecer que a prática existe também longe dos palácios e das grandes quantias. O “café” pago para sair da fila, o “caixinha” pra escapar da multa, cabe a nós combater para dar um presente à nação.

 Como mulher, a presidente Dilma vem maternalmente dando exemplo. Há preceitos que simplesmente não podem ser negociados. É preciso firmeza, auto-sacrifício e coragem para enfrentar dificuldades quando se preza a honestidade, mas tudo compensa pelo prazer que a justiça traz.

 E por falar em Justiça, como desejamo-la neste Natal! Precisamos da justiça ativa, funcionando como vacina contra ao erro, prevalecendo contra a impunidade. A sociedade brasileira precisa ser de um choque de leis sendo postas em prática. Precisa urgente e necessariamente ver a Constituição Federal sendo cumprida em sua totalidade. O preceito de que todos são iguais perante à Lei e que todos tem o direito à vida deve nos impelir para que o desejo de Justiça Social se concretize. Não é razoável que num país que conta com uma medicina avançada e elogiada no mundo, trabalhadores morram por falta de assistência médica. Não é justo que uma nação que queira palpitar na segurança do mundo não ofereça segurança aos seus cidadãos. Não é lógico que um país que exporte talentos restrinja a chance dos mais pobres à educação e às possibilidades de desenvolvimento. Se queremos ser uma nação melhor, então a justiça social e a democratização das oportunidades precisam ser uma meta.

 É Natal e não há como refletir na data do nascimento de Cristo sem ter as esperanças renovadas. Com esperança, que possamos ser revitalizados também para continuar lutando em 2012 por um Brasil mais justo, mais honesto, mais seguro, uma pátria para todos, uma nação melhor.

 César Augusto Machado de Sousa é Apóstolo, Escritor, Radialista. Escreve todas as terças-feiras para o DM. E-mail apostolo@fontedavida.com.br

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