A morte de Whitney Houston comoveu os americanos e o fãs da cantora por todo mundo. Dona de uma das vozes mais maviosas da musíca mundial, a cantora era muito querida e admirada, não só na sua pátria. Que talento tinha Whitney, que habilidade musical possuia! Ela se diferenciou e se destacou desde criança, ao participar de corais e grupos de cantores. O problema é que o destacar-se da multidão é também um desafio para a sanidade e para o equilíbrio moral e emocional.

Quantas celebridades morreram expondo ao mundo o que é de verdade integrar o show business. A fama, a evidência, o sucesso – como a sociedade vê- acabam servido de rede e laço para almas vulneráveis que se deixam sufocar pela vaidade e pela ambição.
Na maioria das vezes, o caminho da fama também é uma trilha de solidão ou de desconfiança frente à amizades e afeições interessadas. Ser famoso em nossa geração, ter uma habilidade especial da qual advenha lucro e dividendos, atrai gente desejosa de extrair vantagem e cercar-se desse tipo de relacionamento é cercar-se de instabilidade, é ver-se desamparado entre feras famintas, é ver minada, pouco a pouco, qualquer base de valores morais.

O que aconteceu com Whitney, o sofrimento em vida e também sua morte precoce, como também o tipo de morte de outras estrelas da arte, do cinema, do esporte, que se vão sendo consumidas pelo vício ou que se perdem de repente em suicídios, são exemplos para toda a sociedade, sobre o que estamos cultivando como valores.

Estamos deixando de valorizar aquilo que nos dá base, deixando de valorizar a família, o companheirismo, a fidelidade e supervalorizando o dinheiro, o consumismo, o bem estar instantâneo e momentâneo. Esse caminho é o da perdição e quem por ele se aventura, termina em desespero, dependendo de remédios, dependendo de uma satisfação sintética e não natural. Não é possível manter as emoções saudáveis ao tentar sustentar uma aparência de lucidez e felicidade quando tudo desmorona ao redor.

O talento é benção e deve ser realmente admirado, deve ser realmente bonificado, mas não pode ser transformado em maldição recebendo uma série de acessórios desprezíveis como a infidelidade nas relações, a competição desenfreada pelo sucesso, a exigência elevada de padrões de estética e sucesso.

O sucesso só vale a pena quando acompanhado de alegria genuína, de paz de espírito. Ninguém pode ser realmente admirado se não desfruta de saúde emocional e espiritual. Não adianta realmente nada ter uma linda voz, ser um craque na bola, ter vigor físico ou uma visão artística acima da média se, ao conduzir a vida, o talentoso a direciona para a falência de si mesmo.

Isso vale também para aqueles que não desfrutam da fama, mas que tem se entretido tanto em atender as expectativas desenfreadas da sociedade que se esquecem de que são gente, com alma e espírito que precisam estar bem nutridos e sadios. A ânsia de agradar a todos, de ser enaltecido e atender a todos os estereótipos de realização da nossa sociedade é que tem lançado milhares ao vício, à fuga da impossibilidade.

As drogas que escravizaram Whitney, e também Amy, e Michael Jackson e tantos outros astros, são o mesmo caminho percorrido por anônimos na busca de consolo para a frustração monstruosa que é não corresponder aos padrões que nós mesmos nos impomos. As drogas são o grande mal de uma sociedade que se esqueceu que a alegria verdadeira reside na simplicidade e nos valores autênticos, no importar-se mais com o próximo do que com as próprias vaidades.

Que possamos refletir sobre o exemplo dos outros e buscar para a nossa própria vida o equilíbrio que nos mantém saudáveis e vivos.

César Augusto Machado de Sousa é Apóstolo, Escritor, Radialista. Escreve todas as terças-feiras para o DM. E-mail apostolo@fontedavida.com.br

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