Bomba explodiu durante encontro de ministros e autoridades de segurança nacional
Um ataque suicida atingiu o prédio da Segurança Nacional da Síria nesta quarta-feira, 18, na capital do país, Damasco. O ousado atentado contra o centro de poder do regime do presidente Bashar Assad matou o Ministro e o vice-ministro da Defesa da Síria. Outras autoridades ficaram feridas. A polícia isolou a área e jornalistas foram proibidos de aproximar-se do local.
O general Assef Shawkat era o vice-ministro da Defesa da Síria. Ele estava entre as figuras mais temidas do círculo próximo a Assad. Ele é casado com a irmão mais velha do presidente, Bushra. A bomba atingiu o prédio da Segurança Nacional durante uma reunião dos ministros de gabinete e autoridades de segurança, afirma a TV estatal.
O ministro da Defesa, Dawoud Rajha, de 65 anos, ex-general do Exército, era o mais graduado oficial cristão do governo sírio. Assad o indicou para o posto no ano passado. Após a morte dele, o governo designou Fahd Jassim al Farich como novo ministro da Defesa.
A emissora de TV estatal disse que alguns oficiais ficaram seriamente feridos e depois reportou a morte dos ministros.
O chefe de Segurança Nacional do país, Hisham Bekhtyar, está em estado crítico e passa por cirurgia.
Violência
O atentado suicida ocorreu durante uma reunião de ministros de gabinete e autoridades de segurança na sede da Segurança Nacional, em Damasco.
A capital é palco de quatro dias seguidos de confrontos entre forças do governo e rebeldes, que tentam derrubar o regime através da força. Os combates são um desafio sem precedentes ao domínio do governo. Baseado em Damasco, o ativista Omar al-Dimashki afirmou que a Guarda Republicana cerca a área próxima ao hospital Al-Shami, para onde os feridos foram levados.
Em meio ao aumento da violência na Síria, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve votar ainda nesta quarta-feira uma nova resolução que visa pressionar o regime sírio a cooperar com um plano de paz.
A Rússia, no entanto, permanece em desacordo com os Estados Unidos e seus aliados europeus. Moscou é veementemente contra qualquer menção ao Capítulo 7 da Carta da ONU, que poderia eventualmente permitir o uso de força para encerrar o conflito.
Além da repressão do governo, rebeldes estão lançando ataques cada vez mais mortais contra alvos do regime, e vários ataques suicidas ocorridos neste ano sugerem que a Al-Qaeda ou outros grupos extremistas juntaram-se à luta. Ativistas estimam que mais de 17 mil pessoas foram mortas desde que a revolta começou, em março de 2011.
Fonte: Estadão