Desde o início da Operação Cerrado Vivo, em julho, o Corpo de Bombeiros de Goiás já atendeu  3.587 ocorrências de incêndio em todo o Estado. Os meses de agosto e setembro, porém, concentraram a maior demanda, sendo que só neste mês foram registradas 1.171 ocorrências (faltando apenas um dia para o fim do mês), o que representa 10% a mais do que o total do ano passado.

Considerados os meses críticos do período seco, agosto e setembro deste ano não fugiram à regra e registraram baixos índices de umidade e calor excessivo em todas as regiões de Goiás. Segundo a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros, a região que mais sofre, entretanto, é a que mais rapidamente se recupera. “No caso é a região norte do Estado, em que predominam as pastagens. Nestes locais, a recuperação acontece já com as primeiras chuvas”, explica o assessor de comunicação da corporação, tenente-coronel Martiniano Gondim.

O mesmo não acontece com as áreas de preservação ambiental, nas quais os prejuízos provocados pelas queimadas são irrecuperáveis, pois algumas árvores demoram até 30 anos para atingir a maturidade. Isso sem falar na morte de animais típicos do cerrado, como tatus, tamanduás, capivaras, cervos, jaguatiricas, veados, pacas, entre outros.

Nem todas as queimadas foram provocadas pela baixa umidade e, em muitos casos, os incêndios foram provocados pela imprudência. A situação só não foi ainda pior devido a atuação de mil brigadistas, civis qualificados pelo Corpo de Bombeiros, e que atuaram em inúmeras ocorrências, intervindo nos estágios iniciais e evitando que uma ocorrência tomasse grandes proporções.

Parcerias
“Os brigadistas, em muitas ocasiões, conseguiram resolver a situação ou deixá-la sob controle até a chegada dos bombeiros”, reconhece Gondim. Ele conta que, na maior parte dos casos, bombeiros e brigadistas, trabalharam de forma artesanal, combatendo as queimadas com pás e abafadores.

Além dos brigadistas, os bombeiros contaram ainda com a parceria dos gerentes dos parques de preservação, que proibiram as visitas sem a presença de guias. A medida só não foi mais eficaz devido aos “desobedientes”, que burlaram a vigilância para fazer trilhas e, nem sempre, tomaram todos os cuidados para evitar incêndios. “Não podemos acusar ninguém mas sempre encontramos um resto de pavio (de vela), de querosene, de fogueira, algo que indica que alguém esteve no local e não foi cuidadoso como deveria”, relata o assessor de comunicação dos bombeiros.

Considerando que as demais ocorrências (acidentes, resgates, afogamentos, etc) não deixam de acontecer durante a Operação Cerrado Vivo, o Corpo de Bombeiros designou 600 integrantes para o combate às queimadas. Atualmente, em todo o Estado, o efetivo é de 2.365 militares, entre homens e mulheres. Dependendo da proporção da ocorrência, porém, o emprego de pessoal pode ser maior ou menor.

Areião
O incêndio no Parque do Areião, iniciado ontem, já foi controlado pelos bombeiros que, no momento, lidam com uma queimada de pequenas proporções no Setor Papillon Parque, em Aparecida de Goiânia.

Deixe seu Comentário

All fields marked with an asterisk (*) are required