
Os números foram divididos por sexo, Estado e capital. Os homens apresentam maior probabilidade de adquirir a doença, com a previsão de 9.850 no Estado, e 2.560 em Goiânia. Os casos de câncer em mulheres serão um pouco menores, com 8.550 no Estado, e 2.420 na capital. Os estatísticos do Inca também citaram a possível taxa de incidência. Por exemplo, a cada 100 mil homens goianos, 68,43 terão câncer de próstata. Já com relação ao sexo oposto, a cada 100 mil, 42,56 serão vítimas do câncer de mama.
De acordo com a técnica da Divisão de Informação e Análise do Inca, Regiane Souza, a divulgação das estimativas auxilia os gestores da saúde a desenvolverem melhor atendimento aos pacientes. “São informações necessárias para o planejamento de ações preventivas e políticas públicas.” Ela ainda explica que a estimativa 2012 prevê também casos de 2013. “O estudo é bianual e traça o retrato do momento no País. Tanto serve para subsidiar o planejamento de ações como para traçar a evolução da doença.”
Nessa edição foram incluídas sete novas localizações de tumores: bexiga, ovário, tireoide (nas mulheres), sistema nervoso central, corpo do útero, laringe (nos homens) e linfoma não Hodgkin – o mesmo enfrentado pelo ator Reynaldo Gianecchini e a presidente Dilma Rousseff. Apesar de o estudo ser voltado para profissionais da saúde, Regiane acredita que o estudo tem alcance popular e consegue alertar para estilo de vida mais saudável, auxiliando a população a cada vez mais procurar atendimento médico.
A oncologista Maria Márcia Queiroz acredita que não existe motivo aparente para o número alto de casos em Goiás. “Não há um motivo específico, mas o estilo de vida, alimentação, fator genético, e também o acidente do césio 137 devem ser levados em consideração.”
A especialista também acredita que o diagnóstico precoce consequentemente aumenta a incidência. “A população também está cada vez mais velha.” Ela ainda faz um alerta contra o preconceito. “O paciente deve ter coragem de procurar o ancologista, tem de ter medo da doença, que, se não diagnosticada precocemente, pode matar.”
Superação
Um tumor maligno na mama da funcionária pública Marina Aparecida Souza de Oliveira, 56 anos, transformou o período de sua vida que estava planejado para ser de descanso em período de luta. Sempre atenta aos sinais do corpo, e realizando o autoexame, ela percebeu no início de 2008, ano em que se aposentou, um nódulo no seio, que mais tarde seria diagnosticado como maligno.
Ela afirma que tinha feito o último exame de rotina há seis meses. “Mesmo assim tive de ser submetida a uma mastectomia radical, com implante mamário.” Enfrentou seis sessões de quimioterapia e 30 de radioterapia, finalizando o tratamento em dezembro de 2008.
Marina conta que perdeu os pais com câncer de intestino, mas acredita que não tenha nenhuma relação com o problema que enfrentou. “A doença me ensinou a reviver. Mudei meus hábitos alimentares, evito alimentos enlatados e com conservantes, e aprendi a me desligar de problemas corriqueiros.”
Agora ainda mais atenta a qualquer problema de saúde, ela continua a realizar exames a cada seis meses. Além disso, luta pela conscientização da população e pelo diagnóstico precoce. Em razão disso, afirmou que irá participar da II Caminhada do Dia Nacional de Combate ao Câncer, agendado para amanhã, a partir das 8 horas, no Vaca Brava.
Fonte: O Hoje