Na madrugada de ontem, 80,4 milímetros de água caíram sobre Goiânia. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a quantidade é oito vezes maior que o normal – uma chuva leve ou moderada registra de 5 a 10 milímetros. Após uma hora, o Inmet registrou 40,2 milímetros. Essa quantidade de água novamente causou transtornos para os moradores que vivem às margens do Rio Meia Ponte.
 
Entre os mais atingidos estão a Vila Maria Rosa, Vila Roriz, Santa Genoveva e Conjunto Caiçara. De acordo com a Defesa Civil, Goiânia conta com 12 áreas de risco. O major Pedro Carlos Borges de Lira explica que a maior parte dos alagamentos ocorre porque os locais são áreas de várzea e impróprios para moradia. “Se voltar a ocorrer chuva forte, eles vão alagar denovo.”
 
O Corpo de Bombeiros atendeu cinco ocorrências, sem feridos. No Conjunto Caiçara, pelo menos três famílias foram atingidas pelo alagamento e precisaram ser socorridas. No Setor Santa Genoveva, pelo menos duas chácaras foram alagadas. No Norte Ferroviário, uma casa foi interditada por risco de desabamento já que fica em uma invasão às margens do Córrego Capim Puba e apresenta rachaduras. Segundo o Inmet, as chuvas em Goiás persistem até amanhã e depois voltam a predominar no final do dia.
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Goiânia informou que vai aguardar o término das chuvas para que possa desenvolver um trabalho conjunto com a Agência Municipal de Obras (Amob), a Secretária Municipal de Habitação e a Saneago para estudar uma solução definitiva para os alagamentos.
 
Vila Roriz
Famílias da Vila Roriz, na região norte de Goiânia, passaram a madrugada de ontem sem dormir. Os moradores monitoraram as águas das chuvas e do esgoto que alagaram as ruas do bairro e invadiram quatro casas. Entre as casas invadidas pela água está a da costureira Elizabeth Braz Batista, 47. Em 11 de janeiro, a mulher relatou para O HOJE o receio de morar em uma área de risco. Ela mora com as filhas na Rua Cloves Esselin e durante os cinco anos que mora no local essa foi a terceira vez que a casa foi inundada pela água. 
 
Mesmo com o muro de contenção e a vala de coleta, os móveis da residência da costureira ficaram na água de esgoto espalhada pela casa. A água subiu cerca de 50 centímetros na residência. A mulher e a filha de 12 anos levantaram os eletrodomésticos e as roupas. Ainda de pijama, Elizabeth não dormiu com medo da chuva. “Por volta da 1h30, a água já inundava a casa.” No fim da manhã de ontem, o quintal da casa estava livre da inundação. 
 
Na Rua Lucélia Roriz, a casa do técnico em bomba injetora Wenderson Faleiro Alencar, 24, também ficou parcialmente alagada. “Acordei com os vizinhos chamando. Quando coloquei o pé no chão, senti a água.” Em quatro anos que ele mora no bairro, essa é a segunda vez que a residência de Wenderson é invadida pela água do rio com a do esgoto. 
Fonte: O hoje

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