A reportagem do Fantástico apresentou na noite deste domingo trechos de uma carta escrita dentro da cadeia por Elize Matsunaga, assassina confessa do empresário Marcos Matsunaga. Elize revela que não vivia bem com o marido e que se arrepende de tê-lo matado e esquartejado.
Na carta, escrita à mão, Elize compara sua vida às histórias de princesa, mas diz que seu conto de fadas foi às avessas.
“Falam que o conto de fadas acabou. Pergunto: qual conto de fadas? Não me lembro de ter lido em ‘Cinderela’ que o príncipe a humilhava. Não me lembro de ter lido que o príncipe tirou a princesa do lixo e que ela deveria, por causa disso, ser submissa as suas vontades pervertidas e humilhantes porque se tornara sua esposa. Não me lembro de ter encontrado em algum capítulo que mulher é descartável”, escreveu Elize.
No documento escrito quando ainda estava na cadeia de Itapevi, na Grande São Paulo, Elize diz que teve medo de morrer e afirmou que Marcos havia tentado matar a ex-mulher.
“Não me lembro de ter lido em contos de fadas que a princesa seria morta pelo príncipe caso inventasse de levar a filha para outra cidade no caso de separação. Não me lembro de ter lido em contos que a princesa era ameaçada de morte pelo príncipe e que sentia um medo imenso de acontecer o mesmo que aconteceu com sua ex-esposa, porém dessa vez não iria errar”, escreveu.
De acordo com o Fantástico, Elize teria afirmado durante o depoimento à polícia que, enquanto eram amantes, Marcos contou que havia colocado veneno em um remédio da primeira mulher, que ela ingeriu o comprimido e passou mal, mas foi socorrida.
O advogado da família de Marcos foi ouvido pelo Fantástico e considerou a acusação sem fundamento.
— Não existe nenhuma base nisso, nada. Acho que isso vem dentro do contexto de uma sucessão de mentiras que ela foi criando para construir diante de uma confissão na qual ela não encontrou outra oportunidade senão aquela de confessar, neste conjunto que ela foi criando, nesta cena, ela introduz mais uma informação para a qual não há nenhuma base — afirmou Luiz Flávio Borges d’Urso.
Com a prisão preventiva decretada, Elize foi transferida na quarta-feira, 20 de junho, para a Penitenciária de Tremembé, no interior do estado. Ela vai responder por homicídio triplamente qualificado e pode pegar de 6 a 30 anos de prisão.

Na carta que escreveu na cadeia, Elize diz que se arrepende. “Eu não tenho o direito de tirar a vida de ninguém, e nada justifica isso. Mas também sei que tenho o direito de defender a minha vida e principalmente a minha filha. Me arrependo por ter sido tão injusta e ter cometido algo que não posso voltar. Me arrependo por aquele ato impensado que só trouxe o caos. Já estou pagando pelo que fiz e com a moeda que eu mais temia: ficar longe da minha filha.”

Fonte: Zero Hora

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