O Governo de Goiás pretende transformar o Estado em zona livre de aftosa até 2015. A primeira etapa da campanha estadual de vacinação contra essa doença, lançada hoje em uma fazenda do município de Corumbá de Goiás, deve imunizar 21,7 milhões de bovinos (bois e vacas) e bubalinos (búfalos). Em 119 cidades também é obrigatória a imunização contra a raiva. A meta é vacinar 100% do rebanho.
Goiás tem o quarto maior rebanho do País e é o terceiro em exportação, o que corresponde a 20% das exportações brasileiras. Durante o lançamento, o governador Marconi Perillo destacou a importância da campanha para desenvolver a agropecuária goiana. “Essa ação que nós começamos em 1999 garante a qualidade da nossa carne; garante que nossos produtos pecuários sejam exportados para o exterior e agregando valor a esses produtos. E assim levando ao exterior uma carne com preço maior, com qualidade maior e garantindo a geração de mais empregos, maior circulação de dinheiro, mais desenvolvimento e aumento no volume de exportações e no nosso Produto Interno Bruto (PIB)”, argumentou.
Controle
Uma das novidades da campanha contra a febre aftosa deste ano é o controle da Agrodefesa por meio de um sistema informatizado. “Nós temos hoje 100% das propriedades rurais georrefenciadas. Nós sabemos em tempo real a propriedade que está adimplente ou está inadimplente, de tal forma que temos diariamente o mapeamento online das fazendas onde o rebanho foi vacinado ou não. Ou seja, nós temos o controle exato de todas as propriedades de Goiás”, informa o presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira.
A campanha de vacinação será dividida em duas etapas. A primeira, que começou dia 1º de maio e segue até dia 31, visa vacinar bovinos e bubalinos em todas as faixas etárias. A segunda, que será em novembro, é destinada somente a animais de até 24 meses. A imunização é obrigatória e o produtor deve informar à Agrodefesa sobre a vacinação até cinco dias após a mesma. No ano passado o Estado atingiu 99,63% de cobertura vacinal. O grupo restante foi multado e obrigado a realizar vacinação assistida, com a presença de fiscais agropecuários do Estado. A multa para não imunização é R$ 7 por cabeça de gado e quem vacinou e não informou à Agrodefesa tem que pagar R$ 60 (cota única).
O produtor rural Luiz César Cunha Sales, proprietário da fazenda onde houve o lançamento da campanha, destaca a importância da vacinação. “Eu cumpro religiosamente o calendário de vacinação. Essa imunização representa a garantia do crescimento da nossa atividade”, comenta. Ele trabalha em sua propriedade com cria e recria e têm 1,5 mil cabeças de gado.
Exportação
Parte da carne bovina de Goiás é exportada para a União Européia e Chile. O presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira, explica que tornar o Estado zona de livre de aftosa é importante para garantir a manutenção e crescimento das exportações. Como diversos países são zona livre da doença, eles impõem barreiras comercias para os produtos de áreas que ainda apresentam casos de aftosa. Alguns deles não compram carne vinda de países sem zona livre da doença ou sem certificado de vacinação.
O último caso de febre aftosa em Goiás foi em agosto de 1995. Em 2000 o Estado conseguiu em Paris (França) o certificado de zona livre da doença com vacinação. “Isso representou um marco. A nossa carne não era exportada para outros países e nós tínhamos um preço bem menor por conta dessas restrições sanitárias. Desde que trouxemos esse certificado fomos avançando ao ponto que tivemos esse ano a liberação do Ministério da Agricultura com relação a vacinação de gado com idade superior a 24 meses em relação a etapa de novembro”, avalia o governador. Ele assinalou que é possível que o Estado consiga avanços ainda maiores a partir do próximo ano.
Santa Catarina é o único Estado brasileiro com zona livre de febre aftosa (sem vacinação). As campanhas de imunização são estapas imprescindíveis rumo a essa certificação. Depende do Ministério da Agricultura e da OIE (órgão internacional que regula o setor) para a diminuição das etapas de imunização e certificação de zona livre. É necessário comprovar a inexistência da doença no Estado. Ao eliminar a necessidade de vacinação, tanto o poder público quanto o setor produtivo terá economia. Somente no ano passado foram vendidas em todo o Brasil 360 milhões de doses de vacina.
Fonte: Goiás Agora