A partir de 2014, os militares poderão praticar missões virtuais como esta antes de ir efetivamente a campo, na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende e no Centro de Instrução Blindada de Santa Maria (RS). O Exército terá o Safo (Simulador de Apoio de Fogo), um dos mais modernos do gênero no mundo. O software do equipamento, customizado para a artilharia nacional, está em fase final de desenvolvimento conjunto, com a empresa espanhola de defesa Tecnobit
Seguindo as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, o contrato prevê a transferência de 100% da tecnologia para o Exército e compensações do mesmo valor investido, 13,98 milhões de euros (ou R$ 37,9 milhões, ao câmbio do dia 5).
O simulador vai ajudar na instrução de tiro de artilharia, cuja munição real é muito cara e cuja prática enfrenta restrições devido ao tamanho de áreas de treinamento. O Exército estima uma economia de cerca de R$ 40 milhões em tiros de artilharia por ano, com a adoção do simulador.
“A guerra é cara. Um tiro de granada auto-explosiva custa mais de R$ 2 mil. Se for com fumígeno, esse valor se eleva para R$ 5 mil, R$ 6 mil. O custo de uma granada inteligente, então, varia de US$ 30 mil a US$ 70 mil. A artilharia do Exército dispara entre mil e 1,5 mil tiros por ano, em orçamento da ordem de R$ 49 milhões. Um estudo estimou a economia com munição em R$ 40 milhões por ano, o que paga em um ano o investimento no simulador”, disse o tenente-coronel Rubens Pierrutti, chefe do projeto.
O nome do simulador faz alusão ao jargão militar “safo”, que descreve alguém desembaraçado, descomplicado, com iniciativa. Por simular ainda fogos aéreos e navais – e não apenas de artilharia – virou a abreviação de Simulador de Apoio de Fogo.
A Aman e o Centro de Instrução Blindada de Santa Maria servirão como centros de simulação e prática para os artilheiros do Exército e da Marinha de boa parte do País – abrangerá 76% das unidades de Artilharia e 85% dos estabelecimentos de ensino da arma. A estrutura física do primeiro, em Resende, já está quase pronta. No segundo, o terreno passa por terraplenagem.
contrato, no valor de 13,98 milhões de euros (R$ 37,9 milhões) foi assinado em outubro de 2010, entre o Exército e a espanhola Tecnobit, responsável pelo Simaca (Simulador de Artilharia de Campanha) do Exército espanhol, modelo com dez anos de uso e menos sofisticado que o Safo, segundo a empresa e o Exército.
Embora ainda esteja em fase de implantação, o Safo na Aman já recebeu visitas de militares de 11 países, como cadetes de West Point (Academia de formação de oficiais do Exército dos Estados Unidos), Colômbia, Argentina, Chile e outros países da América Latina. O Brasil pretende usar o simulador para promover intercâmbio regional.
Fonte: IG