A geração de empregos formais no país voltou a recuar em agosto, mostram dados divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Foram criadas 100.938 vagas com carteira assinada no mês passado, queda de 46,9% em relação ao mesmo mês de 2011 (190.446).
Em julho, a geração de novos postos de trabalho tinha apresentado pequena alta na comparação anual, de 1,37%, sinalizando um possível movimento de aceleração do mercado formal –o que não se confirmou com o dado de agosto.
O resultado do mês passado ficou bem abaixo do esperado pelo mercado, que previa, em média, geração de 192,5 mil postos com carteira de trabalho, segundo levantamento da agência Bloomberg.
Cálculo da consultoria LCA, que exclui os efeitos sazonais dos dados do Caged, estima que a criação de vagas formais caiu 64% na passagem de julho a agosto, para 37,9 mil, menor valor em mais de três anos.
No acumulado do ano, foram criadas 1.378.803 vagas formais no país, 24,5% a menos que o registrado nos primeiros oitos meses de 2011.
A desaceleração da geração de postos de trabalho é um reflexo natural da perda de ritmo da atividade econômica, que vem apresentando desempenho fraco desde o segundo semestre do ano passado.
Ainda assim, o impacto dessa atividade mais fraca não tem sido muito intenso no mercado de trabalho, avaliam economistas. Conforme divulgou nesta manhã pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego no país continua em queda e chegou a 5,3% no mês passado, menor patamar já registrado para agosto.
REGIÕES
Nos dados por região, a Sudeste foi a que mais criou vagas no mês, com alta de 0,17% e abertura de 36.805 postos. Depois vem a Nordeste, com 29.618 postos (incremento de 0,49%), Sul (20.164 postos, alta de 0,29%), Centro-Oeste (7.881 vagas, elevação de 0,27%) e Norte, com 6.470 novos postos (0,37%).
METODOLOGIA
O Caged é um levantamento mensal e com abrangência nacional, realizado com base na geração de emprego em regime CLT e leva em consideração apenas o número de contratações desligamentos.
Ontem, o governo anunciou os números da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), que mostra um retrato ampliado do emprego formal. Divulgada anualmente pelo governo, inclui servidores públicos, trabalhadores temporários e avulsos e ainda informações residuais das empresas, além dos dados de carteira assinada do Caged.
Hoje, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que taxa de desemprego recuou para 5,3% em agosto, ante 5,4% em julho. O dado de agosto é o menor já registrado para o mês.
Diferente do Caged em diversos pontos metodológicos, a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE considera empregada também o trabalhador informal ou que tem um emprego temporário. Além disso, o instituto avalia apenas dados de seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).
Fonte: Folha