O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (16), durante reunião com empresários do setor de varejo, que o governo tem “bala na agulha” para estimular o crescimento da economia brasileira, caso avalie que seja necessário. A informação foi dada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, e confirmada por outras pessoas que também estavam presentes na reunião.
“Ele disse que o governo está atento e que tem bala na agulha para manter o crescimento da economia brasileira. Para a indústria, a situação cambial [subida do dólar,que está operando ao redor de R$ 2] melhora significativamente. Não existe expectativa de repasse [da alta do dólar] para os preços, pois a competição no setor [de eletroeletrônicos] é grande”, declarou Barbato a jornalistas. A expectativa do presidente da Abinee é de um crescimento de 8% no faturamento neste ano.
Segundo o presidente Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Elias Conz, também presente na reunião, Mantega disse que a opção do Ministério da Fazenda é pelo crescimento da economia, com aumento do emprego e da renda. “Ele está olhando o mercado brasileiro. Não há nenhuma dificuldade em adotar medidas para estimular o crescimento. Ele falou que tem medidas, mas não citou decisões específicas. A recomendação é de que continuemos investindo, porque o cenário vai melhorar no segundo semestre”, afirmou.
O representante do setor de materiais de construção reclamou, porém, da falta de crédito para compra de seus produtos. “No ano passado, de cada dez análises de crédito, oito eram aprovadas. Neste ano, isso caiu para duas aprovações a cada dez pedidos. Mantega disse que a medida anunciada em janeiro [nova linha de financiamento com recursos do FGTS] vai funcionar”, declarou Conz, acrescentando que o setor também pleiteia desoneração de sua folha de pagamentos. Ele lembrou que o setor já conta com redução do IPI até dezembro deste ano e declarou que vai pedir, no futuro, renovação da medida.
Para o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, a situação está boa. Segundo ele, as vendas cresceram 15% no primeiro trimestre deste ano, embaladas pela redução do IPI para linha branca (geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos), medida que vale até o fim de junho. “Não tenho do que reclamar”, declarou ele, acrescentando que o setor também vai pedir prorrogação do benefício. Segundo ele, Mantega também pediu que os empresários continuem investindo. “Ele sempre fala em continuar investindo”, concluiu.
Fonte: G1Economia