IPCA acumula altas de 5,01% no ano e de 5,53% em 12 meses; As passagens aéreas ficaram 11,80% mais caras em novembro e foram o maior impacto na inflação
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,60% em novembro, ante variação positiva de 0,59% em outubro, informou nesta sexta-feira, 7, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou acima do teto do intervalo de estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de uma taxa de 0,46% a 0,56%, com mediana de 0,50%. Até novembro, o IPCA acumula altas de 5,01% no ano e de 5,53% em 12 meses. A alta de 0,60% no IPCA de novembro foi a maior desde abril deste ano, quando a inflação medida pelo indicador teve variação de 0,64%.
As passagens aéreas ficaram 11,80% mais caras em novembro e foram o maior impacto para o IPCA do mês. A contribuição foi de 0,06 ponto porcentual na inflação de 0,60%. Em outubro, a variação das passagens aéreas tinha sido de 1,62%. O item puxou também o resultado do grupo transportes, que subiu de 0,24% em outubro para 0,68% em novembro.
O grupo foi influenciado ainda por aumentos na gasolina, que passou de 0,75% em outubro para 1,18% em novembro; no etanol, de 0,04% para 0,63%, e nos automóveis novos, de 0,32% para 0,52%.
Alimentos
O grupo alimentação e bebidas teve a maior contribuição para a inflação de novembro medida pelo IPCA, mas houve desaceleração significativa na taxa em relação a outubro. Os preços passaram de uma alta de 1,36% em outubro para uma variação de 0,79% em novembro, o que resultou numa contribuição de grupo de 0,19 ponto porcentual para o IPCA de 0,60% de novembro.
Enquanto isso, os produtos não alimentícios mostraram aceleração no ritmo de aumento de preços, passando de 0,35% em outubro para 0,54% em novembro, o que, segundo o IBGE, manteve a taxa de inflação em patamar similar à do mês passado, quando o IPCA ficou em 0,59%.
“Os alimentos perderam força na inflação de novembro. Por outro lado, outros itens importantes subiram, equilibrando a taxa, como passagens aéreas, energia elétrica e empregado doméstico”, justificou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
As carnes tiveram forte redução no ritmo de aumento de preços, passando de 2,04% em outubro para 0,40% em novembro. Mas alguns alimentos chegaram a ficar mais baratos no mês, como alho, feijão-preto, açúcar cristal, feijão carioca, batata inglesa, cebola, cenoura e tomate.
Cigarro
O cigarro deve voltar a pesar na inflação medida pelo IPCA em dezembro. Em novembro, houve um reajuste de 17% no preço do produto em sete das 11 regiões pesquisadas. Como o aumento só ocorreu em 25 de novembro, a alta ainda não foi totalmente absorvida, boa parte ficou para o mês seguinte. “Uma parcela do reajuste de cigarro desse mês virá no mês que vem”, confirmou Eulina.
O preço do cigarro passou de estabilidade em outubro para uma alta de 0,60% em novembro. No ano, o produto já ficou 20,72% mais caro, por conta do aumento no Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) determinado pelo governo. Como resultado, o cigarro aparece na lista dos 10 principais impactos no IPCA do ano, com uma contribuição de 0,16 ponto porcentual para a inflação de 5,01% registrada no período.
Além do resíduo do reajuste já anunciado em novembro, haverá ainda o impacto cheio de outras quatro regiões pesquisadas em que o aumento ainda não foi feito. “O cigarro vem forte em dezembro”, completou Eulina.
De acordo com o IBGE, o IPCA de dezembro absorverá também um resíduo do reajuste de tarifa de energia no Rio de Janeiro e da taxa de água e esgoto em São Paulo.
Baixa renda
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,54% em novembro, após ter registrado alta de 0,71% em outubro, segundo dados do IBGE.
Com o resultado, o índice acumulou altas de 5,42% em 2012 e de 5,95% nos 12 meses encerrados em novembro.
O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.
Fonte: Estadão