O júri do tribunal de Los Angeles decidiu ontem que Conrad Murray, 58, médico do astro do pop Michael Jackson, é responsável pelo homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) do cantor, morto em 25 de junho de 2009, aos 50 anos.O júri chegou ao veredicto após pouco menos de nove horas de deliberações. Os promotores retrataram Murray como um médico relapso e irresponsável, que abandonou o artista quando ele estava sob os efeitos mortais do anestésico propofol.
Já os advogados do cardiologista Murray afirmavam que o astro era viciado na droga e matou a si próprio, quando teria tomado escondido de seu médico uma dose fatal do anestésico. Murray aceitou ser o médico pessoal de Jackson quando o cantor se preparava para uma série de shows em 2009, que marcariam sua volta aos palcos.
Murray não testemunhou durante o julgamento, mas reconheceu à polícia, na manhã da morte do cantor, que receitou propofol e outros sedativos ao astro. Ele, que estava no tribunal no momento em que o veredicto foi lido, não mostrou qualquer reação.
Ainda não está claro se o médico deverá cumprir a possível sentença de prisão em regime fechado ou em uma penitenciária na Califórnia, ou em uma cadeia, ou se poderá cumprir uma pena de prisão domiciliar. A sentença não foi emitida ainda. Ele pode ser sentenciado a até quatro anos de prisão e à cassação da licença médica.
Fãs do astro pop, que estavam fora do tribunal, aplaudiram quando souberam que Murray foi considerado culpado. Um pouco antes do anúncio do veredicto, o ex-dermatologista do cantor, o doutor Arnold Klein, quebrou seu longo silêncio e disse que o astro não era viciado em drogas.
Klein também afirma que não receitou remédios analgésicos para o cantor. “Michael não era viciado. Ele não tinha problemas com analgésicos”, afirmou ele. O dermatologista foi acusado de receitar uma quantidade grande de analgésicos ao astro, que visitou o consultório de Klein várias vezes na semana anterior à sua morte.
O caso
Em 25 de junho de 2009, Michael Jackson morreu por overdose do analgésico propofol, medicamento de uso hospitalar que o astro pop estaria consumindo para conseguir dormir. Nos bastidores correram informações de que o artista estava muito ansioso por causa da sua volta aos palcos. Ele se preparava para lançar, mundialmente, a turnê “This Is It”.
A família de Michael Jackson comemorou a condenação de Conrad Murray. Na época da morte do cantor, o pai dele, Joe Jackson, chegou a fazer declarações à imprensa contra o médico do filho. Os defensores do cardiologista tentaram provar, em vão, que o astro pop teria cometido suicídio, porque estaria muito endividado.
A alegação não convenceu e Murray foi condenado por unanimidade dos votos do júri, composto por sete homens e cinco mulheres. O julgamento durou seis semanas. Muitos fãs fizeram campana na porta do tribunal e festejaram a decisão de ontem.