Na 37ª sessão do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro relator Joaquim Barbosa começou a ler o seu voto sobre o item 2, de formação de quadrilha, última das sete fatias do julgamento. Na sua narração Barbosa analisa a princípio a conduta do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e outros 21 réus. O ministro analisa se o grupo se uniu com a intenção de garantir o andamento do esquema que, segundo o Supremo, organizava a compra de apoio político no Congresso durante o primeiro mandato do governo Lula. Para o Ministério Público, Dirceu chefiava o esquema. A sessão será retomada nesta quinta-feira, 18, ainda com a narração de Barbosa.
O julgamento começou com uma observação dada pelo ministro Gilmar Mendes, que reavaliou o seu voto sobre Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes e condenou ambos por evasão de divisas. A justificativa de Mendes é que quando se falar em evasão, é crime não só remeter o dinheiro, como fazer a manutenção do recurso sem comunicar ao órgão competente. Além de Mendes, Joaquim Barbosa mudou o voto, mas as alterações não mexeram no placar e Duda e Zilmar continuaram com a maioria pela absolvição. Depois, os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ayres Britto finalizaram o item 7 da denúncia, que trata de lavagem de dinheiro.
Com os votos, o tribunal encerrou o julgamento dos ex-deputados petistas acusados de lavagem de dinheiro por terem recebido recursos do esquema. Neste item foram absolvidos Anita Leocádia, José Luiz Alves e Professor Luizinho. Os votos empataram nos casos de Paulo Rocha, João Magno e do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.
Além do ex-ministro, condenado na semana passada pelo crime de corrupção ativa, estão entre os 12 réus os petistas José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o publicitário Marcos Valério e a antiga cúpula do Banco Rural. A expectativa dos ministros, interessados em acelerar o julgamento, é de que a leitura dos votos seja concluída já nesta quinta-feira, 18.
Fonte: Estadão