O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou nesta terça-feira oito pessoas no caso do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS). Quatro foram denunciadas por homicídios dolosos qualificados e tentativas de homicídio, e outras quatro, por fraude e falso testemunho. A Promotoria apontou como responsáveis diretos pelas mortes os dois sócios da casa noturna, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, o Kiko, e dois dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão.
Os promotores Joel Dutra e Maurício Trevisan anunciaram a denúncia em entrevista coletiva no começo desta tarde, e detalharam que há duas qualificadoras nas acusações de homicídio. Elas dizem respeito ao fato de as mortes terem ocorrido por asfixia – o que configura meio cruel -, e ao fato de que a espuma usada no revestimento da boate não era adequada àquele fim, e sim mais barata – o que configura motivo torpe.
Incêndio na Boate Kiss
Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou 241 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.
Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.