A apreensão de 36 mil comprimidos de ecstasy no Aeroporto Internacional do Galeão, terça-feira à noite, levantou novas pistas sobre a existência de quadrilha de brasileiros especializada em comprar a droga em Amsterdã, na Holanda, para revendê-la no Rio de Janeiro.
A carga, avaliada em R$ 1,8 milhão, estava no fundo falso da bagagem do universitário Leonardo Peres, 25 anos. Filho de classe média, morador do Recreio dos Bandeirantes, ele foi preso ao desembarcar de um voo vindo de Madri, na Espanha, da companhia aérea Ibéria.
Antes, no entanto, o estudante esteve em Amsterdã, onde fez a conexão para a Espanha. Ele havia saído do Brasil no dia 9 do mês passado. Foi a primeira viagem que ele fez para a Europa.
Com Leonardo, foram encontrados, além do ecstasy — que representa a segunda maior apreensão na história do Aeroporto do Galeão —, 49 cartelas de LSD e haxixe. “Esses jovens veem no transporte de droga uma forma de ganhar dinheiro fácil. É um período de férias escolares, o que facilita essas viagens, e a revenda em festas na Zona Sul do Rio e em raves”, disse o delegado federal Ricardo Bechara, da Delegacia Especial no Aeroporto Internacional.
Voos com rotas e passageiros suspeitos estão passando por pente-fino da PF. Os agentes já traçaram um perfil das ‘mulas’ (pessoas que fazem viagens para transportar drogas): universitários de classe média, passagem paga em dinheiro (porque quem custeia são os traficantes), sem emprego ou estágio e que viaja para a Europa.
Na semana passada, a PF prendeu mulher no Galeão com 46 mil comprimidos de ecstasy. Cada comprimido, custaria em torno de R$ 50, segundo a polícia.
Fonte: O dia