O IBC-Br recuou 0,52% ante agosto; no 3º tri, contudo, o índice subiu 1,15%, maior alta para um período de três meses desde 2011

Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,52% em setembro em relação ao mês anterior, depois da alta de 0,95% registrada em agosto em relação a julho, na série com ajuste sazonal.

Na comparação com o mesmo mês de 2011, o IBC-Br apresentou em setembro alta de 0,44% no dado sem ajuste, menor valor desde abril, quando houve queda de 0,02% em relação a abril do ano passado. Em julho e agosto, o crescimento havia sido de 2,34% e 2,73%, respectivamente, na mesma comparação.

A queda na atividade econômica em setembro é o resultado mais fraco para este indicador desde o recuo de 0,58% registrado em outubro do ano. Os números do BC mostram ainda que desde março deste ano a atividade não apresentava desaceleração nesse tipo de comparação. No primeiro trimestre, todos os dados foram negativos em relação aos meses anteriores: -0,19% em janeiro e março e -0,35% em fevereiro, segundo dados revisados divulgados pelo BC.

No 3º trimestre, contudo, o IBC-Br cresceu 1,15% em relação ao trimestre anterior. É o maior crescimento trimestral desde os três primeiros meses de 2011, quando a expansão foi de 1,65% em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados com ajuste sazonal. Representa também uma expansão anualizada de 4,7%.

No ano passado, o indicador apresentou retração de 0,28% no 2º trimestre, queda de 0,49% no terceiro e alta 0,27% no período outubro-dezembro. Ainda na série com ajuste, o crescimento no primeiro trimestre deste ano foi de 0,27%, seguido por uma expansão de 0,61% no segundo trimestre.

Os dados mais fracos do IBC-Br de setembro já eram esperados pelo mercado financeiro, por conta, principalmente, da queda na produção industrial e das vendas do varejo ampliado naquele mês.

Indústria

Na avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o resultado do IBC-Br reflete o cenário de grande oscilação do setor industrial, cujo crescimento pontual ocorre apenas em alguns setores beneficiados por ações do governo federal. “A oscilação é grande, com alguns setores bem e outros, como os que sofrem concorrência internacional, paralisados”, disse Andrade.

Segundo Andrade, o aquecimento da economia ainda ocorre basicamente por conta do consumo interno. Por outro lado, disse ele, medidas para incentivar o investimento produtivo, como a redução dos juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), de 5,5% ao ano para 2,5% ao ano, são de curto prazo. “Ninguém decide investimentos num prazo tão curto”, disse Andrade, lembrando que a redução dos juros do PSI termina em dezembro.

Revisão

O BC revisou os últimos dados sobre o desempenho do índice de atividade econômica calculado pela instituição, o IBC-Br, no dado com ajuste. O IBC-Br de agosto ante julho foi revisado para +0,95%, de +0,98%. O dado de julho ante junho foi revisto para +0,07%, de +0,49%. Para junho ante maio passou de +0,67% para +0,91%.

O crescimento de maio ante abril foi revisado para +0,05%, de +0,04%. Abril ante março foi revisto para +0,51%, de +0,17%. Março ante fevereiro passou de -0,13% para -0,19%. O IBC-Br de fevereiro ante janeiro foi revisado de +0,42% para -0,35%. Janeiro deste ano, ante dezembro de 2011, foi revisto para -0,19%, de -0,16%. Com todas as mudanças, o crescimento acumulado no segundo trimestre de 2012 em relação ao primeiro ficou em 0,61% com ajuste. O cálculo anterior apontava expansão de 0,47%.

Fonte: Estadão

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