Em 12 meses, queda foi de 3,1%;  na comparação de setembro com agosto, produção industrial caiu 1% e resultado dificulta que a indústria encerre 2012 em território positivo

A queda acumulada de 3,1% pela produção industrial nos últimos 12 meses é a maior desde janeiro de 2010, quando estava em baixa de 5,0%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Faltando apenas três leituras mensais até o fechamento do ano, o resultado no período até setembro dificulta que a indústria encerre 2012 em território positivo.

“Temos três informações daqui para frente. Para (a indústria) fechar positiva precisa ter de fato comportamento diferente do que vinha tendo até agora”, disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Em 2009, a indústria teve queda de 7,4%. Em 2010, houve crescimento de 10,5%. Em 2011, a expansão foi de 0,4%.

 A produção industrial brasileira caiu 1% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que estimavam desde uma queda de 1,60% a uma alta de 0,10%, mas foi pior que a mediana projetada, de -0,50%.

 Na comparação com setembro de 2011, a produção da indústria nacional recuou 3,8% em setembro deste ano. Nesta comparação, as estimativas iam desde recuo de 4,30% a uma alta de 0,21%, com mediana negativa de 3,30%. Até setembro, a produção da indústria acumula quedas de 3,5% no ano.

 “O início do ano teve um comportamento bem negativo, mas, a despeito dessa queda em setembro, os últimos quatro meses mostram comportamento bem diferente de antes”, notou Macedo, citando a trajetória da média móvel trimestral, que permanece em território positivo, aos 0,4% em setembro. “A situação nos últimos meses é claramente melhor do a que tínhamos até abril e maio, por exemplo”, acrescentou.

 Trimestre

 Apesar da queda na produção em setembro, a indústria fechou o terceiro trimestre com alta de 1,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O resultado interrompeu uma sequência de quatro trimestres de queda. “É claro que essa recuperação do ritmo industrial é inconstante. Mas inegavelmente se tem uma situação melhor do que se tinha antes”, avaliou o gerente do IBGE.

 No terceiro trimestre, todas as categorias de uso ficaram em território positivo. Bens de capital subiram 0,5%, bens intermediários cresceram 1,1%, e bens de consumo semi e não duráveis se expandiram 0,8%. O destaque foi da produção de bens de consumo duráveis, com alta de 5,2% no terceiro trimestre de 2012, impulsionada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, eletrodomésticos da linha branca e artigos de mobiliário.

 Máquinas e equipamentos

 A produção de bens de capital registrou queda de 0,6% em setembro ante agosto. Na comparação com setembro de 2011, houve queda de 14,1%.

 No acumulado do ano, a produção de bens de capital teve queda de 12,4%. Nos últimos 12 meses, a variação foi de -9,6%.

 Setores

 A queda de 1% verificada na produção da indústria nacional em setembro ante agosto teve perfil generalizado. A maioria dos setores pesquisados registrou taxas negativas: 16 entre 27. O destaque foi o recuo de 4,8% no setor de máquinas e equipamentos, o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando no período uma perda de 8,5%.

Também contribuíram negativamente para a média da indústria as atividades de outros produtos químicos (-3,2%), alimentos (-1,9%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-10,0%), fumo (-11,7%), indústrias extrativas (-1,6%), bebidas (-2,2%), veículos automotores (-0,7%) e mobiliário (-5,3%).

 Na direção oposta, os setores que registraram melhor desempenho foram o farmacêutico (6,0%) e outros equipamentos de transporte (4,4%).

 Revisão

 O IBGE revisou a produção industrial de agosto ante julho, de uma alta de 1,5% para uma alta de 1,7%. A taxa de julho ante junho também foi revisada, de 0,5% para 0,4%. A taxa de junho ante maio passou de 0,3% para 0,2%.

O IBGE também revisou a produção de bens de capital em agosto ante julho, de uma alta de 0,3% para uma queda de 0,4%. A taxa de julho ante junho saiu de 1,1% para 1,0%, enquanto a variação de junho ante maio passou de 1,1% para 0,9%. O número de maio ante abril saiu de -1,8% para -1,7% e o de abril ante março passou de 0,9% para 0,6%.

Fonte: Estadão

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