As redes sociais estão entre as principais fontes de informação da Polícia Militar, principalmente, quando o assunto é a atuação das torcidas organizadas. De acordo com o comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Márcio Queiroz, o twitter e o facebook estão sendo usados para marcar encontros e brigas mas, antes disso, disseminar provocações, como falar mal da torcida adversária, dos jogadores, da equipe técnica e do desempenho dos jogadores em campo.
Os problemas acontecem em praças, terminais de ônibus e parques. A polícia já percebeu que os problemas acontecem fora dos estádios, após os jogos, quando o resultado não pode ser alterado. O comandante atribui esta mudança ao trabalho feito pela PM dentro dos estádios. “Antes do jogo, nós temos esse trabalho de monitoramento e, no dia do jogo, nós fazemos um trabalho de acompanhamento das torcidas, organizamos a entrada e a saída do estádio, checamos o deslocamento”, detalha Márcio Queiroz.
Estatuto e extinção
Além de monitorar as redes sociais, outra providência importante adotada pela PM é pedir à Justiça responsabilização dos torcedores, com base no Estatuto do Torcedor. O Estatuto prevê algumas punições no caso do cometimento de contravenções, como, por exemplo, surfar em ônibus. Não é crime mas, pelo Estatuto do Torcedor, o sujeito que fizer isso pode ser proibido, por até um ano, de ir ao estádio ver seu time jogar. Ele pode ser obrigado a, no dia e hora do jogo, ir para um quartel da PM, ouvir o jogo de lá, pelo rádio, mas não ir ao estádio. Se não obedecer, ele pode ter sua prisão decretada.
Segundo Márcio Queiroz, é difícil falar em extinção das torcidas porque, no Brasil, a lei permite a livre associação de pessoas para fins lícitos. “Ninguém, quando cria uma associação, uma torcida, um clube, diz que fará algo ilegal ou proibido. A dificuldade está no controle da torcida porque tem pessoas que foram expulsas mas se dizem representantes da torcida. A verdade é que os presidentes e os próprios integrantes não têm controle nenhum sobre quem usa a camisa”, constata.
Fonte: Agora Goiás