Enquanto Britney Spears se apresentava no outro canto da cidade para um público majoritariamente adolescente, Ringo Starr conquistou os cariocas em uma casa de shows na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, evocando acordes de invocadas guitarras e o som de sua histórica bateria.

O ex-baterista dos Beatles começou sua apresentação com a habitual pontualidade britânica, às 21h30, com “It don’t come easy”. Espirituoso e bem humorado, pede para que todos levantem as mãos e brinca dizendo que cinco não o obedeceram. Alguém grita “I love you” e ele agradece rindo.

Junto com Ringo há outros sete no palco. A “All Star Band” é composta por Wally Pallmar, (guitarrista, ex-integrante dos The Romantics), Gary Wright (tecladista, ex-integrante do Spooky Tooth), Richard Page (baixista, ex-Mr. Mister), Mark Rivera (saxofone e percussão), Gregg Bissonette (bateria), Rick Derringer (ex-guitarrista do The McCoys) e o multi-instrumentista Edgar Winter – que no meio da apresentação comanda um solo com “Frankestein”, repleto de sons experimentais, que arrebata o público.

Banda democrática

Há pinceladas de clássicos dos Beatles no set list (o mesmo que apresentou no show em Porto Alegre e em São Paulo). Após cantar “Choose love”, terceira do show, Ringo volta a se aplaudido efusivamente pelos beatlemaníacos na sétima música. É a vez de “I wanna be your man”. Entre uma letra e outra, ele dá generoso espaço para que seus companheiros de palco mostrem a que vieram. Derringer, por exemplo, canta “Hang on Sloop”. Palmar canta “Talking in or sleep”.

Em maio outro ex-beattle, Paul McCartney, tocou na cidade. Por isso mesmo as comparações são inevitáveis. Paul também é acompanhado por excelentes músicos. Mas os que integram a performance de Ringo têm, cada um em seu momento, um número para brilhar. Tudo de forma democrática. Paul é mais apoteótico, Ringo um tanto minimalista. A começar pelo cenário: apenas um painel de flores e uma gigantesca estrela no centro. Nada mais.

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Em compensação, é permeado por solos de sua bela banda. Gary Wright, antes de cantar “Dream Weaver”, se arrisca com o português. “Boa noite, Rio. Tudo bem? Bonita cidade, pessoas maravilhosas”. Rick Derringer, que vem em seguida para cantar “Kyrie”, fica no inglês. “É uma honra tocar nesta cidade incrível. E honra maior ainda por estar ao lado desta estrela que é Ringo Starr”. Os aplausos confirmam que Derringer tem quem o apoie.

A maioria das canções não é seguida pelo público – o repertório não é linear e bem pouco familiar aos que não seguem a carreira de Ringo. Isso faz com que a temperatura do show se alterne o tempo todo. Entre altos e baixos, o pique só é mantido graças a sua simpatia de “menino de Liverpool” e à competência de seus músicos-cantores.

fonte: último segundo

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