Segundo Polícia Civil, família tinha sido convidada, mas não compareceu. Reconstituição iniciada na noite de domingo continua nesta segunda-feira.

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A família de Amarildo de Souza não foi chamada para participar da reconstituição do desaparecimento do ajudante de pedreiro, ocorrida em 14 de julho, na Rocinha, Zona Sul do Rio, segundo informou Rejane Maria Dias, sobrinha de Amarildo. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, no entanto, a família de Amarildo foi convidada, mas não compareceu para participar da reconstituição.

Amarildo de Souza continuava por volta das 9h50 desta segunda-feira (2). Com mais de 15 horas, esta é considerada uma das maiores reconstituições já feitas pela Polícia Civil, segundo informou a assessoria da corporação. Amarildo sumiu após ser abordado por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, em 14 de julho.
A reconstituição estava marcada para começas às 15h, mas começou apenas às 18h43 deste domingo (1°). O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios (DH), chegou à comunidade às 16h10. Não há previsão de término dos trabalhos.Agentes da Polícia Civil, os 13 PMs da UPP da Rocinha, além do Ministério Público refizeram todo o trajeto desde a primeira abordagem dos policiais da UPP ao ajudante de pedreiro.

De acordo com o delegado Rivaldo Barbosa a ordem cronológica dos fatos será respeitada, através de várias simulações.

Cerca de 100 policiais civis participam das simulações. Por volta das 9h30, os policiais faziam a reconstituição na região da sede da UPP da Rocinha, perto do parque ecológico da comunidade, local onde Amarildo foi visto pela última vez.

No domingo (1º), o trabalho foi iniciado na localidade conhecida como Cachopa, onde Amarildo foi abordado pelos policiais da UPP, seguindo para a casa do ajudante de pedreiro e o bar perto do imóvel.

Por volta das 20h, os quatro policiais acusados pelo desaparecimento de Amarildo de Souza estavam na sede da UPP da Rocinha. Cada um deles deu a sua versão para os fatos que ocorreram no dia 14 de julho.

MP pede afastamento

O Ministério Público do Rio de Janeiro encaminhou representação para uma proposta de ação civil pública, pedindo a expulsão imediata de cinco policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, comunidade na Zona Sul do Rio, incluindo o comandante, o major Edson Raimundo dos Santos.
Além do comandante, Rodrigo de Macedo Avelar da Silva, Douglas Roberto Vital Machado, Rafael Adriano Silva de Carvalho e Vitor Luiz Evangelista foram citados no documento, por improbidade administrativa na operação “Paz Armada”, que em 14 de julho levou Amarildo de Souza para ser averiguado.
Desde então, o ajudante de pedreiro nunca mais apareceu. Além do procedimento cível, os policiais são investigados pelos crimes de tortura e abuso de autoridade, com a possibilidade de oferecimento de denúncia contra os policiais.

Intervenção federal
Na quinta-feira (29), o deputado estadual Geraldo Pudim pediu a intervenção da Polícia Federal no caso Amarildo. De acordo com a assessoria do deputado, ele enviou ao Ministério da Justiça um ofício com o pedido ao chefe da pasta, José Eduardo Cardoso.

Depoimentos
Na quarta-feira (28), oito moradores prestaram depoimentos e confirmaram as denúncias que já haviam sido encaminhadas por outros moradores, através da Ouvidoria.

O advogado criminalista Marcus Espínola, que faz a defesa de Douglas Vital Machado, diz que seu cliente não foi citado ainda pelas acusações de Ministério Público, e que por isso a defesa não pode se pronunciar sobre o caso.

Major já teve saída anunciada
Antes do pedido do MP, a Polícia Militar já havia anunciado a troca do comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na quarta-feira (28). O major Edson Santos, comanda a unidade desde que ela foi inaugurada, em setembro do ano passado.

A decisão foi tomada pelo coronel Frederico Caldas durante uma reunião com todos os comandantes das unidades pacificadoras, como informou o RJTV. Além da UPP da Rocinha haverá mudanças em outras unidades, mas ele não disse quais são elas. A assessoria da PM disse que o coronel Caldas ainda vai escolher os novos comandantes, tanto da Rocinha quanto das outras unidades.

 

 

 

 

 

Fonte: g1.com

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