Após execução do brasileiro Marco Archer, na tarde deste sábado, por tráfico de drogas, a Indonésia pede clemência à Arábia Saudita para poupar a vida de Satinah Binti Jumadi Ahmad, que foi condenada por assassinar e roubar sua empregadora.

De acordo com a ONG internacional Human Rights Watch, a Indonésia faz um apelo formal ao rei da Arábia Saudita, Abdullah, para que a execução seja suspensa.

A família da mulher, com o auxílio do governo indonésio, pagou uma “dívida de sangue” de US$ 1,9 milhão, no final do ano passado, para salvá-la da execução e, como resultado, ela pode ser poupada do cumprimento da sentença.

Porém, ao mesmo tempo, o presidente da Indonésia, Joko Wikodo, negou o pedido pessoal da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, para que as vidas de Marco Archer e Rodrigo Gularte fossem poupadas.

Segundo Maria Laura Canineu, representante brasileira da organização Human Rights Watch, a negativa de Wikodo é “incoerente e hipócrita”, uma vez que pede clemência à Arábia Saudita.

Ela diz que o país utiliza “dois pesos e duas medidas” quando o assunto é pena de morte: “É uma hipocrisia da parte dele (do presidente). Ele nega clemência para uma pessoa que cometeu um crime que não é violento, que não envolve morte, e pede clemência a outro país para alguém que cometeu um crime violento. É claro que somos contra a execução em qualquer um dos casos”.

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Para Maria Laura, com tal decisão, a Indonésia desrespeita o Pacto Internacional Sobre os Direitos Civis e Políticos, ao qual aderiu no ano de 2006, e deve ser pressionada internacionalmente por isso: “A Indonésia tem que ser um país que receba cada vez mais pressão internacional. O país precisa sofrer um processo de exposição e ‘envergonhamento’ internacional forte, por estar indo contra os padrões de direitos humanos”.

Um artigo da Human Rights Watch aponta que a legislação de direitos humanos restringe a pena de morte a crimes considerados mais graves, que resultam em morte ou lesão corporal.

A representante brasileira da instituição cita os principais motivos da contrariedade à pena máxima: Somos contra a pena de morte especialmente por dois motivos: primeiro, a crueldade inerente. E segundo, porque é uma pena irreversível. Não podemos achar que algum sistema de Justiça no mundo é perfeito, de forma que possam ser submetidos à pena de morte indivíduos que sejam inocentes”

Fonte: Diário da Manhã

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