A estimativa da taxa de desemprego antecipada de janeiro de 2015 é de 5,0%

A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas acompanhadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou IBGE (PME/IBGE) deve ficar em 5,0% em janeiro de 2015, conforme a projeção Catho-Fipe. Esse valor é 0,7 ponto percentual maior do que o registrado em dezembro de 2014, mas boa parte desse aumento ocorre por motivos sazonais. Ainda assim, a taxa é 0,2 ponto percentual maior do que o registrado em janeiro de 2014. Dessa maneira, pelo terceiro mês consecutivo haverá uma taxa igual ou maior do que a observada um ano antes, indicando desaceleração do mercado de trabalho.

A Fipe e a Catho apresentam também outros indicadores que reforçam esse diagnóstico de desaquecimento. Além do aumento do desemprego esperado em janeiro, chama a atenção o fato de que o saldo acumulado em 12 meses de novas vagas do Caged (MTE) teve em dezembro (último dado disponível) sua 10ª queda consecutiva e está em nível mais baixo do que no auge da crise internacional de 2009. Além disso, pelo segundo mês consecutivo, o salário médio de admissão apresentou queda (em termos reais) em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Uma das primeiras tentativas da empresa para redução de custos é quase sempre o corte de colaboradores, para Poliana Landin, mestre em Psicologia, especialista em RH, professora e coordenadora de cursos na área do Ipog, ser um bom profissional apenas não é garantia de que não estará na lista de cortes. Ela ressalta que uma boa dica é se envolver mais em projetos da instituição, saber o quanto está inserido no resultado final da instituição, ter o máximo de compromisso possível e ser visionário, ter em mente que seu trabalho é de suma importância para a empresa.

“Em se tratando de Recursos Humanos, eu creio que há sim possibilidade deste ano ser pior em relação às novas contratações, se compararmos a tendência de 2014, que teve queda em relação a 2013”, esclarece Poliana. Ela lembra que em janeiro é o período em que as empresas definem quais os colaboradores temporários contratados para vendas de final de ano ficam e os que devem deixar a empresa. Outro ponto é o fator das festas do mês de fevereiro em todo o País, que tendem a atrair turistas e, portanto, auxiliar quem procura uma vaga nesse setor.

A estimativa da Taxa de Desemprego Antecipada foi feita por meio da técnica do “nowcasting”. Em que se utiliza dados disponibilizados em “tempo real” para produzir informações e estatísticas precisas, sem a necessidade de esperar semanas ou meses até os institutos de pesquisa divulgarem os indicadores oficiais e defasados. No caso da Taxa de Desemprego, a Fipe cruza informações obtidas com buscas na internet (por meio de palavras-chave relacionadas à palavra emprego, por exemplo) com informações de vagas, candidatos e contratações da Catho, além de outros dados econômicos e também a própria série da PME dos meses anteriores para estimar a taxa de desemprego do mês corrente.

Um importante indicador para determinar o desempenho do mercado de trabalho brasileiro tem sido o saldo de novas vagas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged). Esse saldo é a diferença entre as admissões e os desligamentos informados pelas empresas do setor privado. Quando positivo, indica que houve aumento da população ocupada em empregos formais. Trata-se de um indicador bastante influenciado pela sazonalidade, já que o ciclo de produção no ano afeta diretamente as contratações e demissões das empresas. Assim, uma das formas para acompanhar sua tendência é avaliar o saldo acumulado em 12 meses.

Entre 2007 e 2010 (com uma breve interrupção em 2009 devida à crise internacional), o saldo anual de novas vagas cresceu de forma expressiva, refletindo a franca expansão do emprego formal. Entretanto, a partir de setembro de 2010 o saldo anual tem diminuído, indicando uma reversão de tendência. Embora ainda em expansão, o emprego tem crescido a um ritmo cada vez menor: em dezembro de 2014 ainda havia mais pessoas com emprego formal do que um ano antes (saldo acumulado de 396.993 novas vagas), porém, esse foi o 10º mês consecutivo de queda desse indicador. Além disso, o número já é significativamente menor do que o registrado no pior momento da crise de 2009 (622.267 em julho/2009).

 

Pressão salarial

Outro indicador bastante relevante para o monitoramento do mercado de trabalho é o salário médio de admissão. Por indicar como está a evolução da remuneração dos trabalhadores que iniciam um novo vínculo, tem a qualidade de ser um termômetro mais ágil de variações dos salários do que a média de remuneração de toda a população ocupada.

A Catho ainda aponta que a “pressão salarial” também se reduziu em dezembro, ou seja, os novos admitidos estão sendo contratados com um salário menor se comparado àqueles que deixaram seus empregos. Na série dessazonalizada, esse indicador vem caindo desde meados de 2012, registrando em dezembro de 2014 seu menor valor desde julho de 2009. Na comparação entre setores, o maior crescimento real do salário de admissão e a maior pressão salarial foram registrados na Indústria Extrativa Mineral.

Aurélio Troncoso economista, coordenador do Instituto Mauro Borges de Pesquisa da Secretária de Planejamento do Estado de Goiás (Segplan) e coordenador do Instituto de Pesquisa das Faculdades Alfa, lembra que há alguns anos as empresas brasileiras já passavam pelo que chama de “manutenção do emprego”, ou seja, não aumentam a demanda de contratações, no entanto, tentam manter aqueles colaboradores. Para tal situação elas não aumentam também a produção ou quantidade de serviços.

Para ele sem essa manutenção o cenário tende a piorar. “A volta dos impostos e a situação econômica do País são espelhos de um futuro não muito promissor para quem busca colocação no mercado de trabalho e não tem qualificação. Se a produção diminui e o número de serviços prestados também, a tendência é demitir, obviamente não haveria aumento de empregos”, ressalta. Aurélio considera que apensar de janeiro e fevereiro não serem meses bons para os negócios, há segmentos que se beneficiam também nesse período, como a volta às aulas para as papelarias e escolas, e o carnaval para o setor de turismo, hotelaria e outros.

Para quem busca qualificação e pesquisa as tendências do mercado, o economista considera que não haverá problemas na hora de ser contratado. “Em Rio Verde, por exemplo, as faculdades e instituições viram uma necessidade de preparar as pessoas da região de forma adequada ao mercado de trabalho na região. Ou seja, ao invés de ter Engenharia Civil, eles incluíram o curso superior de Engenharia Agrícola, então é importante observar também a sua volta”, analisa.

Em dezembro, houve queda de -1,4% no salário médio real de admissão com relação ao mesmo mês do ano anterior, descontada a inflação. Dois setores tiveram queda real dos salários médios de admissão no período: serviços (-2,4%) e indústria da transformação (- 0,9%). Os demais setores tiveram pequenos aumentos reais, com exceção da administração pública (15,9%) e da indústria extrativa mineral (22,7%), com variações significativamente acima da inflação acumulada.

A comparação dos salários médios de admissão e de desligamento é útil para identificar o grau de dificuldade que as empresas encontram quando precisam contratar novos funcionários. Ou, por outro ângulo, mostra também a condição que os postulantes a novos empregos encontram no momento de negociar seus salários.

A medida é calculada de forma simples: é a divisão entre o salário de admissão médio pelo salário de desligamento médio em um determinado mês, segundo o Caged/MTE. Se a divisão for igual a 1, significa que em média os trabalhadores novos estão sendo contratados pelo mesmo salário daqueles que deixam seus empregos. Porém, normalmente, esse valor é menor do que 1, já que os novos contratados costumam ter salários menores que os desligados. À medida em o tempo passa, o vínculo entre a empresa e o empregado se fortalece, e o trabalhador avança na progressão salarial.

Então, quanto maior a pressão salarial, maior o “aperto” no mercado de trabalho. Durante a crise financeira de 2008-2009 houve forte queda nesse indicador, que voltou a subir em 2010 e atingiu o pico de 0,941 em abril de 2012. A partir de então, lentamente, a pressão salarial apresenta tendência de queda e já está ligeiramente menor do que a média do período 2006- 2014, indicando que o mercado de trabalho está num período menos apertado. Em dezembro/2014, a pressão salarial livre de efeitos sazonais foi de 0,905. Ou seja, o salário médio dos admitidos foi 9,5% menor do que o dos desligados no último mês de 2014.

Na comparação por setores, as menores pressões ficaram, em geral, nos serviços, ainda que os setores de construção civil e comércio também tenham registrado pressões ligeiramente menores do que a média. Por outro lado, na administração pública, agropecuária e nos setores industriais tanto de transformação quanto de extrativa mineral, a pressão salarial de dezembro foi maior do que a média dos últimos oito anos.

Fonte: http://goo.gl/9rNwhM

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