A Prefeitura de Anápolis informou que nenhum serviço público sofrerá alteração durante a quarentena de brasileiros que virão da China para a Base Aérea da cidade por conta dos riscos do coronavírus. O grupo de 34 pessoas deve chegar ao município, situado a 55 km de Goiânia, na noite do próximo sábado (8).

Não haverá, por exemplo, mudanças nos horários de aulas nas escolas ou repartições públicas. Os estabelecimentos comerciais também abrirão normalmente. Além disso, intervenções no trânsito, por ora, estão descartadas.

O prefeito da cidade, Roberto Naves (PP), já havia dito – antes mesmo da escolha do município para abrigar o grupo – que eles ficariam isolados e não teria qualquer tipo de contato com os moradores. Por isso, na ocasião, ressaltou que não havia motivo para pânico.

“Essas pessoas não estão doentes e por isso ficarão em quarentena. Caso apresentem os sintomas [da doença], não serão tratadas em Anápolis, não transitarão pela cidade e ficarão sob responsabilidade da Base Aérea”, disse o prefeito na segunda-feira (3).

Na sexta-feira (7), Naves acompanha os ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, em uma vistoria na Base Aérea.

Repatriação de brasileiros que estão na China — Foto: Aparecido Gonçalves e Juliane Monteiro/G1

Repatriação de brasileiros que estão na China — Foto: Aparecido Gonçalves e Juliane Monteiro/G1

População opina

À espera dos brasileiros, a população de Anápolis aguarda tranquila o processo de repatriação. Em uma volta rápida pela cidade, é possível ver que não há sinal de pânico por conta da situação ou sequer alguma alteração na rotina dos moradores. Embora boa parte não veja problema na chegada do grupo, algumas pessoas revelam receio de que haja algum risco para a saúde de quem vive no município, mesmo eles ficando em isolamento.

O funcionário público Ulisses Pires da Silva é a favor da cidade receber os brasileiros. Para ele, trata-se de uma questão de humanidade.

“Tem que ceder um lugar e socorrê-los de alguma forma. A humanidade é para todo mundo. São brasileiros, gente como a gente”, afirma.

Servidor público Ulisses Pires da Silva diz que receber repatriados é questão de humanidade — Foto: Sílvio Túlio/G1Servidor público Ulisses Pires da Silva diz que receber repatriados é questão de humanidade — Foto: Sílvio Túlio/G1

Servidor público Ulisses Pires da Silva diz que receber repatriados é questão de humanidade — Foto: Sílvio Túlio/G1

A auxiliar administrativo Elisiane Silva de Almeida pensa da mesma forma. Para ela, já ficou comprovado que a Base Aérea está apta a receber os brasileiros.

“Não vai oferecer nenhum perigo. Estou tranquila, está tudo sob controle. Já foi feita uma vistoria e mostrou que está tudo certo. Temos que nos colocar no lugar do outro”, ressalta.

Por outro lado, há quem discorde da escolha. A dona de casa Edileuza Vieira de Souza é contra a quarentena ser realizada em Anápolis.

“Por mais cuidado que se tenha, sempre acaba espalhando (o vírus). Quem garante que eles vão vir sem nenhum sintoma? Eu não mudo minha rotina, mas fico com receio pela minha saúde”, questiona.

A dona de casa Edileuza Vieira desconfia que o vírus possa se espelhar pela cidade — Foto: Sílvio Túlio/G1A dona de casa Edileuza Vieira desconfia que o vírus possa se espelhar pela cidade — Foto: Sílvio Túlio/G1

A dona de casa Edileuza Vieira desconfia que o vírus possa se espelhar pela cidade — Foto: Sílvio Túlio/G1

A situação também é motivo de preocupação da pedagoga Jéssica Alves. Ela diz que não acha seguro trazer os brasileiros para o município goiano.

“Estou com medo e não estou de acordo. É desnecessário, pode passar algo para quem não tem. Não acho seguro porque tudo se espalha depressa e também porque moro perto da Base Aérea”, revela.

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