Mais uma eleição se aproxima e enquanto você lê este jornal, pode ter certeza de que estrategistas políticos já trabalham em todo o país para descobrir as tendências de voto dos brasileiros. Neste exato momento em que escrevo esta coluna, há gente estudando o comportamento do eleitor, seus anseios, sonhos, emoções para oferecer justamente o que será aceito.
Além de estruturas partidárias inteiras que começam a se dedicar ao trabalho de criar propostas convincentes e atraentes, há profissionais se preparando para travar uma guerra de marketing político e propaganda eleitoral.
Pois bem, na reflexão que preparei para coluna, vou entregar de graça a esses profissionais alguns preceitos e algunas informações que certamente deverão fazer diferença no pleito de 2012. Claro que os mais sensíveis e atualizados já terão percebido o que vou dizer e já devem estar trabalhando nessa direção.
O fato é: o voto do evangélico esta a cada dia mais decisivo. Para onde se inclina a preferência do evangélico há uma grande chance de haver vitória.
Não estou exagerando em causa própria, minha ponderação é baseada em matemática e história. Em 2010, o voto evangélico considerado em uma abrangência nacional já demonstrou sua importância. Marina Silva mereceu o destaque que teve no primeiro turno graças a mobilização de boa parte das igrejas evangélicas pelo seu nome. A candidata levou 20% dos votos da nação sem dispor de dinheiro para campanha, sem dispor de uma logística competitiva, foi vitoriosa no desafio de levar sua mensagem a todo o país, graças à força evangélica que congraçou.
A força expressiva que projetou de tal forma uma candidata à presidência que saiu do zero é suficientemente capaz para catapultar uma candidatura regionalizada e garantir-lhe exito. Veremos isso em 2012, estou certo.
O eleitor evangélico é peculiar, move-se com sua congregação, é leal às decisões de sua comunidade. Como o judeu opta por eleger judeus, o árabe dá preferência aos da mesma linhagem, o petista entusiasmado que abraça e se desdobra pelo candidato da mesma legenda, o evangélico faz de tudo pela vitória do autêntico evangélico que se candidata a um cargo público. E não adianta tentar enganar aproximando-se desse eleitor só nas vésperas da eleição. Protestante, crente, evangélico não é bobo. Reconhece quando o interesse é de usá-lo e sabe direitinho que é puro-sangue e quem é oportunista. Se o candidato professa a mesma fé com sinceridade é reconhecido e certamente já pode contar com a significativa maioria.
Na falta de candidatos evangélicos, este eleitor pesquisa e se vale muito da opinião do líder. O líder que tem o coração de sua comunidade, que conquistou a confiança dos seus com seriedade, lealdade e vida honesta tem uma capacidade de influência como nenhum outro formador de opinião tem. O político sábio conhece essa força e valoriza a relação com a igreja desenvolvendo laços seguros, não de oportunidade, mas de serviço e orientação. É ótimo que um candidato se aproxime da comunidade evangélica para apresentar propostas, mas é ainda melhor quando o faz buscando orientação, buscando ouvir os anseios, experimentando conhecer o que pensa um dos grupos que mais crescem no país. Reconhecer quem é o evangélico e aproximar-se com intenções sinceras são passos que políticos sábios e republicanos deveriam tomar sempre.
Foi-se o tempo em que os evangélicos podiam ser ignorados. Parcela da população que se expressa de modo coeso, os evangélicos estão no centro das grandes estratégias e isso deve ser muito claro para os que pensarão o período eleitoral que se aproxima.
Exemplo maior é o comportamento da Rede Globo. Depois de ter a audiência ameaçada por uma concorrente com raízes no segmento evangélico que é a Record, a emissora dos Marinho acordou e está correndo atrás do prejuízo, valorizando o público gospel e dando-lhe lugar de honra em sua programação e em seus investimentos. Nesta semana, teve premiação para os artistas da música gospel. Agora, vai exibir show especial de fim de ano com cantores evangélicos. Acredite, isso não aconteceria se não houvesse números expressivos do público evangélico ou poder de articulação e decisão desse público.
Diante dessa realidade, toda diretriz de campanha que realmente quiser ser competitiva nestas eleições há de reconhecer e valorizar a força do voto evangélico.
César Augusto Machado de Sousa é Apóstolo, Escritor, Radialista, e Presidente da Igreja Apostólica Fonte da Vida. Escreve todas as terças-feiras para o DM. E-mail apostolo@fontedavida.com.br
gostei muito da sua expressao positiva no que diz com toda a assuranca que realmente o movimento evangelico no brasil nao podera ser mais ignorado gracas ao Senhor Jesus