Os bancários da Caixa Econômica Federal em São Paulo, Osasco e região votaram por aceitar a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e encerrar a greve nesta quinta-feira (27) em assembleia que reuniu cerca de 2 mil funcionários.
Segundo a assessoria do sindicato dos bancários local, as agências voltarão a funcionar normalmente a partir desta sexta-feira.
Com o fim da greve, voltarão a funcionar nas agências da Caixa os serviços relativos a PIS, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e seguro-desemprego.
Os funcionários dos bancos privados e do Banco do Brasil do mesmo sindicato já haviam aceitado a proposta do sindicato patronal, de reajuste de 7,5% no salário (aumento real de 2,02%, descontada a inflação) na noite de ontem.
Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, 138 mil dos 500 mil bancários do país fazem parte de sua base (mais de um quarto de todos os funcionários de instituições financeiras do Brasil).
A paralisação, iniciada no dia 18 deste mês, chegou ao fim nesta quarta-feira na maior parte do Brasil (veja a lista abaixo).
No dia anterior, a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) havia se reunido com a Fenaban para receber a proposta e recomendou aos sindicatos regionais a aceitação da proposta.
PROPOSTA DA FENABAN
As cláusulas econômicas da convenção coletiva dos bancários devem ficar assim:
– Reajuste 7,5% (aumento real de 2,02% pelo INPC)
– Piso R$ 1.519 (reajuste de 8,5%, o que significa 2,95% de ganho real)
– Piso dos caixas R$ 2.056,89 (8,5% de reajuste)
– Auxílio-refeição R$ 472,15 (R$ 21,46 por dia), com reajuste de 8,5%
– Cesta-alimentação R$ 367,90 (reajuste de 8,5%)
– PLR (Participação nos Lucros e Resultados 90% do salário mais R$ 1.540 fixos (reajuste de 10%), com teto de R$ 8.414,34 (reajuste de 10%). Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados para 2,2 salários, com teto de R$ 18.511,54 (10% de reajuste)
– PLR adicional 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 3.080 (reajuste de 10%)
– Antecipação da PLR 54% do salário mais valor fixo de R$ 924,00, com teto de R$ 5.166,01 e parcela adicional de 2% do lucro líquido do primeiro semestre distribuído linearmente, com teto de R$ 1.540,00
NOVE DIAS PARADOS
Os bancários deflagraram a greve nacional no dia 18 de setembro, depois de rejeitarem a proposta anterior dos bancos, de 6% de reajuste sobre todas as verbas salariais.
A greve ganhou força durante a semana passada. Enquanto a adesão foi de 5.132 agências e centros administrativos (24% das 21.713 localidades em todo o país) no primeiro dia de paralisação, esse número cresceu 77% e chegou 9.092 locais (42%) no 4º dia de greve, segundo o sindicato da categoria.
Após tentativas frustradas de negociação e acusações de que os bancos estariam sendo omissos, os representantes da categoria consideraram satisfatórias as propostas feitas na terça e recomendaram o fim da paralisação.
Os bancários reivindicavam reajuste de 10,25% (5% de aumento real), além de piso salarial de R$ 2.416,38, participação de lucros de três salários mais R$ 4.961,25 fixos, elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, entre outros pedidos.
Os bancos ofereciam anteriormente reajuste linear de 6% (0,58% acima da inflação).
Sindicato | Fenaban | Banco do Brasil | Caixa |
---|---|---|---|
São Paulo | Aprovou | Aprovou | Rejeitou |
Brasília | Aprovou | Aprovou | Rejeitou |
Rio de Janeiro | Aprovou | Aprovou | Rejeitou |
Belo Horizonte | Aprovou | Aprovou | Assembleia sexta |
Curitiba | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Alagoas | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Porto Alegre | Aprovou | Transferiu Assembleia | Rejeitou |
Ceará | Rejeitou | Rejeitou | Rejeitou |
Pernambuco | Aprovou | Rejeitou | Aprovou |
Sergipe | Aprovou | Rejeitou | Rejeitou |
Bahia | Aprovou | Rejeitou | Rejeitou |
Paraíba | Aprovou | Aprovou | |
Piauí | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Mato Grosso | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Pará | Aprovou | Rejeitou | Rejeitou |
Amapá | Aprovou | Aprovou | Rejeitou |
Florianópolis | Assembleia sexta | Assembleia sexta | Assembleia sexta |
Campo Grande | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Rondônia | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Acre | Aprovou | Aprovou | Assembleia sexta |
Roraima | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Londrina (PR) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Guarapuava (PR) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Chapecó (SC) | Aprovou | Assembleia sexta | Assembleia sexta |
Vale do Paranhana (RS) | Aprovou | Aprovou | |
Jundiaí (SP) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Limeira (SP) | Aprovou | Aprovou | |
Criciúma (SC) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Niterói (RJ) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Alegrete (RS) | Aprovou | Aprovou | Assembleia sexta |
Catanduva (SP) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
ABC (SP) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Cruz Alta (RS) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Erechim (RS) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Guaporé (RS) | Aprovou | Assembleia sexta | Assembleia sexta |
Jacobina (BA) | Aprovou | Rejeitou | Rejeitou |
Novo Hamburgo (RS) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Pelotas (RS) | Rejeitou | Rejeitou | Rejeitou |
Santiago (RS) | Rejeitou | Assembleia sexta | Aprovou |
Piracicaba (SP) | Aprovou | Aprovou | Aprovou |
Fonte: Estadão