Goiás ocupa uma posição de destaque quando o assunto é confinamento de bovinos. Mas, confinamento de ovinos é novidade em Goiás. Uma experiência de criação de carneiros em sistema fechado está dando certo na região sudoeste do Estado.

Os animais engordam 300 gramas por dia e, aos seis meses de idade, com 35 quilos, já estão prontos para o abate.

A paixão do médico veterinário Aguilar Leão Motta são estes pequenos animais. Na fazenda que fica em Santo Antônio da Barra, a 180 km de Goiânia, a criação de carneiros é uma das principais atividades.

Até os dois meses, eles são criados no pasto com capins tifton e massai. Parece simples, mas esta é a fase mais difícil.

Segundo Aguilar, esta é a fase que diferencia a atividade e indica se vai ser um bom negócio ou não. “Tem que ter muito cuidado nessa fase de manejo, de rotação de pastagem”, reforça.

A fêmea leva de 10 a 12 meses para começar a reproduzir e tem uma média de dois partos por ano. Se a alimentação for boa, aumentam as chances de ter gêmeos. O que é bom para o criador.

E além do cuidado com a alimentação, é importante prevenir doenças, que atacam muitos borregos. “O controle da verminose tem que ser bem eficiente. A gente faz de três a quatro aplicações por ano”, observa o médico veterinário.

Existem 15 pequenos criadores de ovinos na região sudoeste de Goiás. Mas Aguilar foi o único a implementar um sistema que acelerou a engorda, de um jeito muito simples. Foi só aproveitar o espaço que já existia no curral.

A estrutura do curral foi praticamente mantida. Os antigos cochos, usados para engordar os animais, que participavam de exposições agropecuárias, ainda permanecem.

A única mudança foi adaptar a altura dos cochos aos novos hóspedes. Em 100 metros quadrados, estão confinados 60 cordeiros.

Os animais chegam novinhos, pesando, no máximo, 20 quilos. Eles comem à vontade, no mínimo três vezes por dia, uma ração específica para ovinos. E assim, engordam 300 gramas por dia.

Com seis ou sete meses já estão prontos para o abate, como é o caso de um carneiro macho, da raça Santa Inês, que nem trocou os dentes ainda.

Segundo o médico veterinário, ele está no ponto para o abate. “Pesa em torno de 35 quilos e sua área de lombo e de cortes nobres está formada. O macho atinge o ponto de abate mais rapidamente do que a fêmea”, explica Aguilar.

Diferentemente do confinamento de bovinos, o de ovinos costuma ser feito durante o ano todo.

A ideia surgiu há quatro anos por causa da necessidade de padronizar o rebanho para o abate.

“Às vezes a gente chegava na propriedade para comprar o animal e tinha animal de 20 kg e de 40kg. Então, para padronizar os cortes, optamos por montar um confinamento onde lá é possível padronizar uma carcaça. Se eu quero uma carcaça de 16kg, preciso abater um animal de 40kg. Pois o carneiro dá um rendimento de aproximadamente 40%”, explica Aguilar .

O confinamento gera também uma economia e torna a atividade bem mais lucrativa. O veterinário é otimista quando fala da produção.

Hoje são 50 animais todos em plenas condições de engorda. “Se tivéssemos 500 também teríamos condições de engordá-los. O problema é que falta animal no mercado. A atividade é limitada pela falta de oferta de cordeiros”, declara Aguilar.

Segundo ele, o mercado é excelente. “Se eu tivesse 500 animais por mês, conseguiria vender os 500 e ainda iria faltar. O mercado está extremamente aberto e a carne está caindo no gosto do consumidor”, avalia o produtor rural.

Fonte: G1

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