O crescente aumento em todo o planeta de bactérias multirresistentes aos antibióticos e a mobilização dos pesquisadores para enfrentá-las estão no centro do principal congresso sobre doenças infecciosas (ICAAC), reunido neste fim de semana em Chicago.

“A resistência aos antibióticos no mundo é claramente o tema da atualidade, já que se pode observar em todas as partes a mesma coisa, infecções por bactérias cada vez mais resistentes” e mais frequentemente fora do meio hospitalar, explica à AFP o médico Laurent Poirel, infectologista francês do Hospital de Kremelin-Bicêtre, perto de Paris.

Vários trabalhos sobre estes problemas são apresentados no 51º Congresso da ICAAC que reúne 9.000 participantes, entre eles 6.000 pesquisadores, até a próxima terça-feira.

“Se algo rápido não for feito logo, se perderá a guerra contra a multirresistência microbiana, o que abriria a porta para a próxima pandemia”, adverte o médico Jean Cardet, consultor da Organização Mundial da Saúde, que lançou uma iniciativa em abril contra este fenômeno e propõe um uso moderado dos antibióticos.

E.coli e outros

Cardet faz referência à bactéria Eceh (E.coli), responsável pela morte de 51 pessoas neste ano na Europa, sobretudo na Alemanha, e que era ultrarresistente, assim como a superbactéria NDM-1 (New Delhi metalo-lactasa), uma ameaça persistente.

De fato, trata-se de um gene na bactéria que produz este tipo de enzima capaz de destruir os antibióticos, um mecanismo observado em outros micróbios.

Este médico destaca que é preciso distinguir entre as bactérias chamadas gram-positivas, como o estafilococo dourado, e as gram-negativas, tais como o E.coli, a salmonela e a pseudomona. Estas últimas representam 60% de todas as infecções e são estas em particular que o atual arsenal de antibióticos tem dificuldades de combater.

Fonte: Rede Band

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