Segundo a consultoria LCA, consumo de derivados será de 285 mil barris/dia acima do refino de petróleo

O déficit entre o volume de petróleo refinado e o consumido no Brasil deve aumentar mais 44% neste ano em relação a 2012, segundo projeções da consultoria LCA, divulgada ontem em relatório setorial. Se confirmada a previsão, o impacto do aumento será ainda mais negativo para a balança comercial do Brasil do que foi em 2012.

 O déficit comercial provocado pelo aumento da importação de petróleo e derivados atingiu em novembro seu maior nível em 17 anos, segundo a Secretaria de Comércio Exterior. A balança comercial fechou 2012 com superávit de US$ 19,438 bilhões, como informou o Ministério do Desenvolvimento, porque a Petrobrás tem até 50 dias após o embarque para registrar a operação. Não fosse isso, o superávit poderia ser encolhido em bilhões.

A LCA estima que o consumo aparente de derivados deve fechar 2013 em 2.189 mil barris por dia, 285 mil barris/dia acima do refino de petróleo projetado (1.904 mil b/d). Em 2012, a diferença estimada entre refino e consumo deve ser menor, 197 mil b/d, de acordo com a consultoria.

A LCA também projeta preços menores para a média anual em 2013 do Brent (US$ 110,2, contra US$ 112,0 em 2012) e WTI (US$ 92,1 em 2013, contra US$ 94,2). O relatório diz que as cotações do barril de petróleo têm recuado moderadamente desde agosto, com a demanda enfraquecida em meio a um cenário global de incertezas.

Por outro lado, a LCA ressalva que as sanções econômicas impostas ao Irã, as tensões na Síria e os conflitos entre Palestina e Israel continuam sendo a razão de dúvidas quanto à oferta, o que pressiona a cotação para cima.

No Brasil, a consultoria aposta em aumento de 7,5% da gasolina e de 10% do diesel (ambos na bomba) em fevereiro. A LCA lembra que, desde o início de 2011, a Petrobrás opera com prejuízo nos preços da gasolina e diesel. “A presidente da Petrobrás (Graça Foster) tem falado com frequência sobre a necessidade do aumento dos preços para manter os investimentos da estatal petrolífera e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já confirmou que haverá reajuste em 2013, entretanto não fixou a data nem os valores. Mantivemos nossa projeção”. / S.V.

Fonte: Estadão

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